quarta-feira, outubro 13

Eu gosto de trabalhar no feriado

Mas calma: é óbvio que, asism como você, eu preferiria ter ido ao SWU, pego uma praia ou ficado de bobeira por aqui mesmo, aproveitando aquilo tudo que São Paulo tem de bom pra oferecer em um feriado prolongado. Ocorre que quando eu sou avisado com uma boa antecedência de que terei de trabalhar em um final de semana ou em um feriado, como foi o caso agora, o meu psicológico se arruma e eu vou trabalhar na boa, não fico naquele martírio de pensar que poderia estar fazendo isso ou aquilo. Sem crise. Em outros tempos eu já sofri bastante com aquele diabinho maroto que vem e diz que enquanto você, bocó, está trabalhando, o povo tá se divertindo horrores em situações mil por aí. Já sofri, mas hoje o diabinho foi devidamente expurgado e não me enche mais. Perdeu, playboy!

Isto posto, eu reafirmo o que disse no título e digo mais: pra mim, trabalhar no feriado é muito mais gostoso do que em um dia normal. É tudo mais light. Desde o momento em que eu acordo. Hoje, por exemplo: a primeira coisa que me veio à cabeça quando o despertador do celular tocou foi:"cadê o barulho dos carros na rua?". Era impressionante o silêncio. Nem de domingo a tranquilidade é igual a essa que estava hoje, feriadão. Me arrumei, desci e quando saí do prédio vi que era mesmo verdade: não passava carro nenhum na rua, e nem gente! Fui pro ponto pegar o ônibus e a Rebouças suuuuper tranquila, quase nenhum motoqueiro, alguns poucos carros vindo em uma velocidade bem abaixo da que a gente está acostumado a ver. Peguei o ônibus e depois o metrô ouvindo meu sonzinho e tudo numa relax, numa tranquila, numa boa - viva Tim Maia!

No trabalho o clima também é outro, com o ritmo menos acelerado, telefone que não toca, caixa de e-mail incrivelmente parada. A hora do almoço é o momento mais complicado: tá tudo fechado e você acaba sendo obrigado a encarar aquele filé de frango de 8 conto do pé sujo da esquina. Mas tudo bem também, vai que vai.

Eu só fui me sentir na São Paulo velha de guerra na hora de ir embora do trabalho, no começo da noite, com a galera voltando de viagem e a cidade novamente lotada de carros, ônibus, motos, pessoas, pressa...

No próximo feriado, portanto, eu com certeza vou preferir estar contigo no show do Rage Against Contra A Máquina em algum festival por aí, se der também poderei optar por dourar meu bronzeado de palmito em alguma praia, ou poderei estar também na poltrona ao lado da sua, assitindo aquele filminho esperto. Mas se por acaso a senzala chamar, nós estaremos lá, dando o sangue sem maiores pormenores. Não estaremos?

*escrito ontem, dia 12

sexta-feira, outubro 1

A volta do que não foi

Por conta de um voo que faria pra Montevideo, eu estive no aeroporto de Cumbica (Guarulhos) agora à noite (28/09).

Graaaande Cumbica.

Gostoso ir pra lá no horário de pico de um dia chuvoso de São Paulo.

Bom, bom.

Tráfego fluindo bem, tudo tranquilo, motoristas em clima de yoga aos volantes.

Hum.

Problemas da megalópole à parte e voltando ao assunto que me levou a escrever estas mal traçadas linhas, você reparou ali atrás que eu disse que "faria" um voo pra Montevideo, né? Pois bem, meus caros, faria. Porque cometi um vacilo daqueles - levei apenas minha carteira de habilitação como documento, nem passaporte, nem carteira de identidade original - e tive meu check-in negado. A minha sorte - Deus protege as crianças e os distraídos - foi que consegui ser remanejado pra um voo amanhã cedo, às 9h, e não perderei o compromisso que terei por lá.

Ufa!

Problema resolvido, ainda do aeroporto eu liguei pro taxi que me trouxe pra casa e, enquanto o esperava, fiquei navegando pelo site do Panrotas.

E eis que caí em uma das várias notícias que publicamos hoje sobre os problemas enfrentados pela Webjet e pelos passageiros da companhia.

Só dando uma leve recapitulada, pra quem não acompanhou: primeiro, às 11h46, veio a notícia de que, até às 11h, a aérea havia cancelado 54% dos voos programados para toda a segunda-feira. Pouco depois, por volta das 13h55, saiu o comunicado oficial sobre os cancelamentos, que em determinado trecho diz: "O forte crescimento dessa demanda em setembro levou a empresa a remanejar passageiros por meio de contatos antecipados via call center. Vale destacar que 90% deles foram avisados previamente, evitando deslocamentos desnecessários até os aeroportos".

E justamente enquanto lia essa parte, eu notei que as três pessoas que estavam ao meu lado, dois gringos sulamericanos e uma baiana, haviam sido prejudicados pelos cancelamentos. Puxei papo e a baiana me disse que eles pegariam um voo da Webjet pra Salvador, às 22h, se não me engano.

- Eles (Webjet) disseram pra gente ficar aqui até às 2h15 da manhã - ela me falou . Isso eram umas 21h, mais ou menos.

Eu tornei:

- Mas o que exatamente vai acontecer às 2h15? Vai sair um voo? Eles vão ter um posicionamento? Alguem vai falar alguma coisa?

- Não sei, não consegui entender.

Como estava com o site do Panrotas aberto, eu mostrei o comunicado oficial da Webjet pra eles, apontei pro trecho que citei ali em cima e soltei, em tom de brincadeira, pra descontrair, no melhor estilo Galvão Bueno:

- Éééé, amigos, infelizmente vocês fazem parte desses 10% aí que não foram "remanejados por meio de contatos antecipados via call center", que "não foram avisados previamente" e que "se deslocaram desnecessariamente até o aeroporto". Risadinhas!

Ahhhh, humor negro cai bem nesses momentos vai...

Não podia perder essa, né?

...

...aiaiai...

...

...podia?