terça-feira, agosto 24

E como come-se bem na Bahia

Comer, comer e comer. Estes são três dos principais programas que se têm pra fazer na Bahia. E como se come bem na Terra de Todos os Santos, não? Meu Deus, Oxalá, Saravá, rei! Nesta minha última ida pra lá eu fui levado a um restaurante que, olha, você tem de conhecer. Quer dizer, eu recomendo e vou dizer porquê, aí você vê o que faz, combinado?

Então vamos lá. O restaurante se chama Paraíso Tropical, fica no bairro Cabula e é comandado por uma figura simpaticíssima: o chef Beto Pimentel. O cara é um show à parte, super bem-humorado, empolgante, aquele tipo de pessoa que parece que você conhece já de outros carnavais, emobra o estejam te apresentando naquele momento, sabe? Um grande anfitrião que, se deixar, passa o tempo todo ali com você, explicando cada pequeno detalhe dos pratos que ele cria e serve.

E já que toquei no assunto pratos, eu tenho que chamar a atenção para aquilo que, na minha opinião, é o maior charme da casa: a existência de um pomar envolto por Mata Atlântica, nos fundos do restaurante, onde estão plantados seis mil pés de mais de 200 tipos de frutas. Até pé de amarula o homem tem lá, acredita? E eu que acahava que amarula nascia na prateleira do supermercado, dentro daquelas garrafas marrom-claro que têm uns elefantes desenhados... Outra característica inteessante do Paraíso Tropical é que os itens nascidos nesses seis mil pés - como você, audaz que só você, já deve ter feito a ligação - são usados na composição dos pratos, em substituição aos produtos industrializados, o que deixa tudo muito mais leve. Dá pra imaginar leveza na gastronomia baiana? Aí sim fomos surpreendidos novamente, Zagallo!

De entrada eu provei uma casquinha de aratu - o aratu, segundo o Beto, "é o primo rico do siri". É tipo uma casquinha de siri mesmo, mas, obviamente, com um outro sabor, tão gostoso quanto. Ainda no quesito casquinha eles tem uma série de opções: atapu, calapolvo, camarão, lagosta, polvo, preguari e siri. Agora respirem fundo para os pratos principais: Sertanejo Tropical (carne de sol, carne de fumeiro, linguiça de fumeiro, manga, caju, banana, maçã, kiwi, pêra e mangalô, tudo grelhado e banhado ao caldo de achachairu, cacau, biribiri, mel de abelha nativa, limão e ervas aromáticas) e Moqueca de Peixe ao Paraíso (peixe cozido com coco de olicuri, palmito de coqueiro fresco, lâmina de coco verde, pitanga, biribiri, amora, pimenta de biquinho, folha e flor de vinagreira, temperos especiais e aromáticos, fruto de dendê e azeite de oliva extra virgem). Ufa! Essa fartura toda regada a um suquinho frozen de acerola - se você for mais curioso, pode pedir um suco de sapoti, de seriguela, mangaba, umbu cajá...

E não se surpreenda se, enquanto estiver se deliciando com as receitas que só são encontradas lá, você vir alguns macaquinhos deslizando de árvore em árvore no pomar. Bom apetite!















Casquinha de Aratu com uma farofinha esperta




















Suco frozen de acerola




















Moqueca de Peixe ao Paraíso




















Sertanejo Tropical















Pomar ao fundo















O chef Beto Pimentel e a filha, Carla