Depois de um domingão de sol, de clássico contra o Palmeiras, de presença no Morumbi e de um show de bola dos palmeirenses fica difícil pescar apenas um assunto pra destacar aqui no blog. O negócio é tentar escrever sobre aquilo que mais me marcou no jogo, e o que mais me marcou é que, apesar do pau homérico levado pelo meu time, valeu muito a pena estar no Morumbi nesse jogo que vai entrar pra história.
Eu e o Ciborg entramos no estádio por volta das 14h50, uma hora e dez antes do jogo. O sol era impressionante, forte, a temperatura variando entre 31 e 32 graus, e nenhuma nuvem no céu para nos oferecer um sombrinha, ainda que momentânea. Mesmo assim ficamos na arquibancada curtindo o pré-jogo, vendo o campo, os torcedores dos dois times pendurando as faixas, especulando sobre nossas expectativas de público, enfim, tudo aquilo que nos faz entrar no clima da partida.
O jogo começou comigo ainda em estado de fanatismo, o que acabou assim que o Mundinho fez o primeiro gol. Estávamos na arquibancada laranja, atrás do gol corintiano, e vimos quando a bola foi cruzando a área até chegar aos domínios de um jogador, que a recebeu sozinho. Infelizmente, para os corintianos, esse jogador era o Edmundo. Felizmente, para os amantes do futebol, era o Edmundo. Resultado, quando dei por mim que o jogador era quem era, já vi que não teria erro: bola no peito e pau, 1x0 Palmeiras. Logo após o gol, ocorreu algo que, como corintiano, era pra me deixar furioso, mas como amante do futebol, me deixou muito bem. Ele veio na direção da nossa torcida, sem receio algum, e tirou uma onda gigantesca: colocou a mão no ouvido como se quisesse ouvir algo, sorriu, e deve ter falado algo do tipo: "ae, corintianada, lembram de mim? Lembram do que eu fiz com vocês no começo da década de 90, principalmente na final de 93? Não esqueceram não, né? Pois é, o Mundinho aqui tá no final da carreira mas não se cansa de bater em vocês". Fantástico! Um jogador com essa identificação é o que eu quero pro meu time, um jogador com essa identificação é o que todos querem, mas que hoje em dia poucos têm.
Depois do primeiro gol entrou em cena um coadjuvante que encheu os olhos dos palmeirenses. Com um drible capaz de desconcertar três cabeças de bagre do Corinthians, o Valdívia e seus cabelos vieram vindo, vieram vindo, e eu na arquibancada já fui construindo o gol, que obviamente acabou acontecendo.
O primeiro tempo acabou e a minha primeira lição foi assimilada: no Morumbi, em dia de clássico, num domingo de verão, jamais ficar na Gaviões. No intervalo, com muito sufoco, chegamos a uma sombra, demos uma descansadinha, tomamos uma água e fomos pra arquibancada azul, um lugar muito bacana porque é mais tranquilo, espaçoso, e fica entre as duas torcidas, possibilitando a audição de ambas.
O segundo tempo começou e pouca coisa mudou. Marinho e Gustavo continuaram com o show de bizarrices, Marcelo Mattos e Magrão continuaram péssimos, e o Corinthians permaneceu inferior. Contra ataque rápido, o atacante do Palmeiras cruza e lá do outro lado um cara espera a bola, sozinho. Me dei conta que o tal cara era o Mundinho. Resultado: um sem-pulo massa, inapelável e o filho da mãe correndo pros braços da torcida. O que já era bom para os palmeirenses se tornou o paraíso. O que já era péssimo para os corintianos, virou uma coisa inexplicável, indescritível. Só não foi pior porque esse jogo não foi uma final.
A partir daí a torcida do Palmeiras começou a cantar sem parar e o time começou a tocar a bola. Num certo momento, o Valdívia deu uma arrancada fulminate na lateral, em cima do Magrão. Eu só fiquei vendo: será que ele vai cometer o mesmo erro da partida contra o São Paulo ou será que vai aguentar o olé? Aguentou. Logo em seguida, a bola sobrou pro Roger, que driblou um, dois, três e tocou. Os corintianos gritaram "olé". "Olé é o caralho, o time tá perdendo de três a zero, porra! ". Um cara da torcida, lá de trás, gritou isso e muito mais. E eu me senti pequeno, já que gritei olé também. O cara tinha a mais pura razão, afinal, por que o Roger não driblou assim quando o jogo estava zero a zero? Por que ele não fez isso contra o São Paulo? Por que ele não chamou a responsabilidade nestes dois jogos, e agora vem querer dar esses dribles sem objetividade... Tem que massacrar um filho da puta desses!
O jogo terminou e eu saí contente por ter visto um jogão e uma grande festa da torcida, mesmo que o jogo tenha sido bom só pra um time e mesmo que a torcida festejante fosse a outra. Para o futebol e para os amantes dele, esse foi um jogaço!
segunda-feira, março 5
terça-feira, fevereiro 27
Finalmente
Dia desses estava pensando em como está sendo complicada a situação de eu ter que me informar basicamente pela chamada grande mídia: Estadão e Folha, televisão, CBN, G1, Folha Online, etc. É impressionante como todos eles falam a mesma coisa e têm a mesma opinião, que geralmente é contrária a minha. Como nem sempre tenho grana pra comprar a CartaCapital ou a Caros Amigos, revistas dissonantes, a internet seria a única maneira de procurar alguem que falasse a minha língua. E não deu outra. Hoje eu estava navegando pelo blog do Emir Sader e li um texto em que ele dá uma série de dicas de veículos, impressos e digitais, que destoam daquilo que a gente assisti no Jornal Nacional, por exemplo.
De prima caí no site do jornal mexicano La Jornada, que o Emir chama de "o melhor jornal do continente", onde li uma matéria sobre o crescimento da pobreza extrema nos Estados Unidos. De acordo com ela, os estadunidenses vivem seu pior momento em 32 anos, com 16 milhões de pessoas vivendo na miséria. Um estudo do American Journal of Preventive Medicine mostrou que o número de "estadunidenses severamente pobres" subiu 26% entre 2000 e 2005, índice não atingido por nenhum segmento da economia. A capital, Washington, é a cidade que concentra o maior número de pobres.
Em seguida caí no site do Le Monde Diplomatique - Brasil, onde li um texto sobre a maneira pela qual o ser humano lida com os animais e outro a respeito dos verdadeiros interesses estadunidenses em relação à "problemática" nuclear no Irã. Finalmente achei alguem que fale dos animais como semelhantes. Finalmente li uma matéria que mostra o que está por trás do discurso dos Estados Unidos em relação a Teerã, discurso reproduzido em uníssono pela grande mídia. É uma balela parecida com aquela de uns quatro anos atrás, quando os EUA iniciaram o caos no Iraque com a justificativa de que o país estava desenvolvendo armas de destruição em massa.
Emir Sader ainda deu outras várias dicas que não tive tempo de conferir. Conferir-lás-ei (essa é boa!) em breve.
De prima caí no site do jornal mexicano La Jornada, que o Emir chama de "o melhor jornal do continente", onde li uma matéria sobre o crescimento da pobreza extrema nos Estados Unidos. De acordo com ela, os estadunidenses vivem seu pior momento em 32 anos, com 16 milhões de pessoas vivendo na miséria. Um estudo do American Journal of Preventive Medicine mostrou que o número de "estadunidenses severamente pobres" subiu 26% entre 2000 e 2005, índice não atingido por nenhum segmento da economia. A capital, Washington, é a cidade que concentra o maior número de pobres.
Em seguida caí no site do Le Monde Diplomatique - Brasil, onde li um texto sobre a maneira pela qual o ser humano lida com os animais e outro a respeito dos verdadeiros interesses estadunidenses em relação à "problemática" nuclear no Irã. Finalmente achei alguem que fale dos animais como semelhantes. Finalmente li uma matéria que mostra o que está por trás do discurso dos Estados Unidos em relação a Teerã, discurso reproduzido em uníssono pela grande mídia. É uma balela parecida com aquela de uns quatro anos atrás, quando os EUA iniciaram o caos no Iraque com a justificativa de que o país estava desenvolvendo armas de destruição em massa.
Emir Sader ainda deu outras várias dicas que não tive tempo de conferir. Conferir-lás-ei (essa é boa!) em breve.
segunda-feira, fevereiro 26
Capítulo I
É, minha gente, três meses sem publicar um mísero textinho não é pouca coisa, não. A meia dúzia de leitores que passava por aqui já deve ter até esquecido o endereço do pobre Segundo Filhote. Mas vamos lá, o carnaval passou, o ano finalmente começou e eu estou de volta à ativa!
Demorei pra voltar a escrever porque queria que as fotos da viagem que eu e a Mari fizemos no fim do ano já estivem publicadas no fotopic. A intenção era escrever um texto para cada etapa da viagem, que foram três: Salvador, Universo Paralello e Boipeba/Morro de São Paulo. Textos recheados com as fotos. A seguir, um que escrevi ainda em Salvador, na noite do dia em que fizemos um tour pela cidade. Talvez, mais pra frente, eu escreva sobre a UP, Boipeba e Morro de São Paulo.
"Salvador, 26 de dezembro de 2006. 21h16.
Salvador não é o objetivo da nossa viagem, minha e da Mari. A programação que fizemos pra essas duas noites e um dia passados aqui foi bem difícil: a única certeza que tínhamos é que o Pelourinho deveria ser visitado. O resto do tempo a gente resolveria o que fazer.
Acordamos na manhã de hoje, terça-feira, 26 de dezembro, por volta das 10h30. Tomamos café, saímos, pegamos um ônibus e, um pouco antes das 13h, já estávamos no Praça da Sé (sim, existe uma Praça da Sé fora de São Paulo!). Caminhamos poucos metros e entramos na Praça Thomé de Souza, acredito que o marco inicial da cidade.
Mal pisamos na praça e já fomos abordados por um cara que se dizia guia turístico, mas que também vendia colares, pulseiras, etc. 'Essa fitinha do Senhor do Bonfim é um presente pra você', me disse o Vanildo enquanto amarrava a fita azul clara no meu pulso esquerdo. 'Vir pra Bahia e não voltar com uma dessa é a mesma coisa que não vir', completou. Logo atrás da gente estava o histórico Palácio Thomé de Souza, datado de 1549, a primeira construção de Salvador, de acordo com o Vanildo. Segundo ele, Thomé de Souza foi um primeiros brancos a desembarcar em Salvador.
Demorei pra voltar a escrever porque queria que as fotos da viagem que eu e a Mari fizemos no fim do ano já estivem publicadas no fotopic. A intenção era escrever um texto para cada etapa da viagem, que foram três: Salvador, Universo Paralello e Boipeba/Morro de São Paulo. Textos recheados com as fotos. A seguir, um que escrevi ainda em Salvador, na noite do dia em que fizemos um tour pela cidade. Talvez, mais pra frente, eu escreva sobre a UP, Boipeba e Morro de São Paulo.
"Salvador, 26 de dezembro de 2006. 21h16.
Salvador não é o objetivo da nossa viagem, minha e da Mari. A programação que fizemos pra essas duas noites e um dia passados aqui foi bem difícil: a única certeza que tínhamos é que o Pelourinho deveria ser visitado. O resto do tempo a gente resolveria o que fazer.
Acordamos na manhã de hoje, terça-feira, 26 de dezembro, por volta das 10h30. Tomamos café, saímos, pegamos um ônibus e, um pouco antes das 13h, já estávamos no Praça da Sé (sim, existe uma Praça da Sé fora de São Paulo!). Caminhamos poucos metros e entramos na Praça Thomé de Souza, acredito que o marco inicial da cidade.
Mal pisamos na praça e já fomos abordados por um cara que se dizia guia turístico, mas que também vendia colares, pulseiras, etc. 'Essa fitinha do Senhor do Bonfim é um presente pra você', me disse o Vanildo enquanto amarrava a fita azul clara no meu pulso esquerdo. 'Vir pra Bahia e não voltar com uma dessa é a mesma coisa que não vir', completou. Logo atrás da gente estava o histórico Palácio Thomé de Souza, datado de 1549, a primeira construção de Salvador, de acordo com o Vanildo. Segundo ele, Thomé de Souza foi um primeiros brancos a desembarcar em Salvador.
'Amanhã à noite tem show do Olodum'. 'Opa, é na faixa?', perguntei. 'Não, não é 0800 não. Show de graça em Salvador não é legal pra turista, vai muito baiano', brincou. Que beleza...hehehe.
Seguimos caminho e há três quarteirões chegamos ao Pelourinho, a menina dos olhos de Salvador. E não é pra menos, o lugar é lindo. Eu, do alto da minha cabeça fresca, achava que o Pelourinho se resumia a duas ou três ruas de paralelepípedos com casas coloridas. Não fazia idéia da maneira pela qual as cores dos imóveis históricos que servem de restaurantes, ateliês, bares, lojas de produtos típicos, etc, dão vida e alegria àquele lugar, assim como o sorriso e a hospitalidade dos baianos. Alegria, aliàs, é o que não falta por ali. Simplicidade e alegria, seguidas pela hospitalidade, são as principais características do povo baiano, na minha opinião.
Seguimos caminho e há três quarteirões chegamos ao Pelourinho, a menina dos olhos de Salvador. E não é pra menos, o lugar é lindo. Eu, do alto da minha cabeça fresca, achava que o Pelourinho se resumia a duas ou três ruas de paralelepípedos com casas coloridas. Não fazia idéia da maneira pela qual as cores dos imóveis históricos que servem de restaurantes, ateliês, bares, lojas de produtos típicos, etc, dão vida e alegria àquele lugar, assim como o sorriso e a hospitalidade dos baianos. Alegria, aliàs, é o que não falta por ali. Simplicidade e alegria, seguidas pela hospitalidade, são as principais características do povo baiano, na minha opinião.
Ficamos no 'Pelô' até umas 15h30, quando voltamos à Praça da Sé e tomamos um ônibus com destino ao Farol da Barra, onde chegamos por volta das 16h10. Sentamos nas pedras que ficam à beira-mar, do lado do Farol, mas logo saímos, incomodados pela sujeira do lugar. Sujeira e descaso quanto a ela: essas são as duas críticas negativas que tive nesse pouquíssimo tempo de Salvador.
Das pedras nós saímos pra uma caminhada de quase duas horas que passou pelas praias do Farol da Barra, Ondia e Rio Vermelho, onde estamos passando as noites. E o que vimos em abundância nessas três praias foi muito saco plástico, copo descartável, garrafas e demais variações de sujeira que as pessoas levam à praia. Mas o que nos impressionou, além da ausência de garis, foi a normalidade com que os banhistas convivem com isso. Parecia que eles estavam acostumados com as praias sujas...
Das pedras nós saímos pra uma caminhada de quase duas horas que passou pelas praias do Farol da Barra, Ondia e Rio Vermelho, onde estamos passando as noites. E o que vimos em abundância nessas três praias foi muito saco plástico, copo descartável, garrafas e demais variações de sujeira que as pessoas levam à praia. Mas o que nos impressionou, além da ausência de garis, foi a normalidade com que os banhistas convivem com isso. Parecia que eles estavam acostumados com as praias sujas...
Bom, minha gente, agora são 22h10 e eu vou dormir, já que tô quebrado e amanhã pretendemos acordar às 5h45 para iniciarmos a romaria até a Universo Paralello. A Mari tá capotada aqui do meu lado. Tenho certeza que, se acordada, ela mandaria um boa noite pra vocês. Eu mando por ela. Boa noite e até o próximo capítulo.
22h13"
22h13"
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