Eram 22h06 quando saí de casa pra correr. Olhei no relógio do computador antes de desligá-lo. Noite agradável, quinta-feira, bares e restaurantes com as mesas praticamente todas ocupadas. Fila começando a querer se formar em frente a balada.
Praticar exercícios no adiantado da noite me faz bem. No dia seguinte, ao contrário do que se possa imaginar, acordo com uma puta disposição boa. Verdade! Além do que estava precisando voltar a correr. Comi muito nestas últimas semanas, não fui tão de leve assim na cerveja, resultado: sensação de peso, acima do comum. Tanto que o desempenho no futebol de terça foi, de longe, o pior nesses seis meses de futebol de terça.
Não devo ter corrido mais do que 20 minutos, o equivalente, talvez, a uns três quilômetros. Fui até o final da rua, voltei, retornei ao final (que pode ser o começo, depende do ponto de vista) e parei. Comecei a andar, já pensando na volta pra casa.
"Pessoal, matéria bacana minha, especial de Londres, na Quem nas bancas hoje. A capa é a Carolina Dieckmann". Esse foi o e-mail que ela mandou ontem, e a primeira coisa que veio à minha cabeça quando virei certa esquina e dei de cara com uma banca de jornal. "Caralho, que massa, será que já chegou nessa banca a Quem com a Carolina Dieckmann na capa?". Jogo pra lá uma Rolling Stone, coloco uma Contigo de lado e eis que puxo a Quem. E sim, que beleza, com a Carolina Dieckmann na capa. "Puta merda!". Abro e vou direto no índice, onde leio que na página 42 a "Quem acompanhou o paparazzo inglês Charlie Pycraft à caça de famosos". É essa a matéria, conforme ela tinha dito há alguns dias. Vou na 42, leio o título e, logo abaixo, Mariana Grebler. Há!!!!!
Começo a ler a matéria ali, deixando de lado o fato de, num dos bairros mais chiques de São Paulo, numa banca que fica em frente a um restaurante frequentado por malas e frescos, estar trajando camiseta azul desbotada, suada da corrida, short da seleção que o Samir esqueceu e tenão fera da Rainha...
Começo a ler e fico preso ao texto, que é daqueles que não te deixam parar de ler porque te instigam a saber o que vem depois, sabe? Frases curtas que se alternam com outras mais longas, vírgulas "no ponto". Tudo muito agradável. Mas ela não havia dito que o texto dela meio que deixava a desejar? Blablablá.
Depois de ter lido a primeira página da matéria, percebo uma movimentação suspeita na banca por parte do cara que trabalha lá. Aquela coisa de "Vai comprar a revista ou não vai? Se não for...". Se não for, vaza.
Vazei, voltei pro aconchego do lar. A noite estava ganha.
quinta-feira, abril 24
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