domingo, fevereiro 21

Wand vs Metallica

Wanderlei Silva e Metallica têm trajetórias semelhantes.

O Metallica apareceu pro mundo no início dos anos 80 com quatro albuns que poderiam ser a trilha sonora do Tsunami: Kill´Em All, Ride The Lightning, Master of Puppets e And Justice for All. O Wanderlei, nos primórdios do ainda chamado "Vale-Tudo", surgia como um lutador duro, confiante e completo, numa época em que boa parte dos lutadores se concentrava apenas em uma única arte marcial pra lutar o hoje chamado MMA.

O tempo passou, o Metallica amadureceu, mudou de fase e estilo e lançou o Black Album, que tirou a banda dos limites do heavy metal, no sentido de agradar a gregos e troianos, e fez com que eles vendessen milhões de discos ao longo de uma mega turnê de uns três anos. Era o auge.

O tempo passou, o Wand amadureceu, mudou de fase e começou a lutar no Pride, onde fez lutas memoráveis, como as três vitórias sobre o Sakuraba e as duas sobre o Quinton Rampage Jackson. Fora a japonesada que ele derrubava sem dó. Era o auge.

Depois do Black Album o Metallica mudou novamente, dessa vez pra pior, e lançou dois albuns fracos, o Load e o Reload, que só os fans mais fiéis conseguiram tragar, né, Hugo e Filipe Adami? Má fase.

Depois do Pride, ou melhor, com o fim dele, o Wanderlei levou um chacoalho do Dan Henderson e reestreou com derrota no UFC, numa grande luta contra um de seus principais desafetos, o Chuck Liddell. Má fase.

Uma luz no fim do túnel do Metallica se acendeu com o lançamento do Garage Inc, que trouxe covers bem legais de bandas como Motörhead, Misfits e Thin Lizzy.

Uma luz no fim do túnel do Wand se acendeu com o nocaute em cima do Keith Jardine, no UFC 84.

Depois disso o Jason saiu do Metallica, o problema de alcoolismo do James se acentuou, a banda quase entrou em parafuso e eles lançaram o discutível St. Anger.

Depois disso o Wanderlei foi nocauteado com apenas dois minutos de luta pelo Quinton Jackson, e em seguida perdeu por decisão unânime, polêmica para o público, pro Rich Franklin.

E quando a nuvem de dúvida já voltava a pairar na cabeça dos fãs do Metallica, a banda muda de produtor e decide voltar às origens com o lançamento do Death Magnetic, que também poderia ser a trilha sonora do Katrina, o mais próximo que eles poderiam chegar daqueles quatro albuns arrasta-quarteirão do início da carreira.

E quando todo mundo achava que o Wanderlei estava à beira do precipício, pronto pra dar um passo à frente, como diria o filósofo Jardel, o FDP faz uma luta ducaraleo ontem, que lembrou a época do Pride, e vence o Michael Bisping, que só não perdeu por nocaute porque foi salvo pelo congo, literalmente.

Pros fãs do Metallica e do Wanderlei Silva, como este que vos escreve, é uma satisfação imensa vê-los na pegada novamente, quebrando tudo. Mó prazer, emocionante, até.

Vida longa a estes dois fenômenos!

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Em tempo: também ontem, o Minotauro levou uma piaba que pra mim, infelizmente, mostrou que ele é um ex-lutador em atividade.... É triste chegar a essa conclusão. Sad But True.


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