"Não é preciso espremer as meninges para entender que a democracia é inviável em um país tão desigual, onde o povo traz no lombo a marca do chicote da escravidão e a mídia se empenha compactamente para entorpecer os espíritos e obnubilar as consciências. E a democracia é inviável onde não há partidos autênticos, e sim clubes recreativos dos donos do poder. Estamos às vésperas das eleições presidenciais e, pelo retrospecto dos últimos anos, já sabemos ser tolice esperar por mudanças substanciais, ganhem gregos ou troianos."
Mino Carta
quarta-feira, agosto 30
terça-feira, agosto 29
Quem tem fome tem pressa
Acredito que as medidas capazes de solucionar alguns de nossos principais problemas sociais deveriam vir a curto e longo prazo. Violência, por exemplo: a utopia de vê-la praticamente exterminada só seria atingida após um longo processo de investimento na educação. Só a boa e acessível educação poderia fazer com que as futuras gerações não decidam pela tentadora opção do crime. Somente ela tornaria desnecessária a construção de novos presídios, o aumento de policiais nas ruas, a melhoria no armamento, o investimento em inteligência e outras tantas ações de curto prazo que atualmente se fazem necessárias.
Esta mesma educação poderia fazer com que, lá na frente, as futuras gerações não precisem de importantes ações de curto prazo como o bolsa-família, que possibilita o acesso imediato de muitos às necessidades básicas.
O problema é o uso que se faz de todas essas ações instantâneas. Mas essa é uma outra discussão. O fato é que, se medidas de longo prazo não forem tomadas, teremos que continuar construindo presídios, aumentando o número de policiais nas ruas, melhorando armamento, fornecendo bolsas-famílias, etc, etc, etc.
Esta mesma educação poderia fazer com que, lá na frente, as futuras gerações não precisem de importantes ações de curto prazo como o bolsa-família, que possibilita o acesso imediato de muitos às necessidades básicas.
O problema é o uso que se faz de todas essas ações instantâneas. Mas essa é uma outra discussão. O fato é que, se medidas de longo prazo não forem tomadas, teremos que continuar construindo presídios, aumentando o número de policiais nas ruas, melhorando armamento, fornecendo bolsas-famílias, etc, etc, etc.
sexta-feira, agosto 18
Só faltam dois!
Certa vez, um colombiano me perguntou se eu conhecia a Amazônia, Foz do Iguaçu e o Rio de Janeiro, três dos principais cartões-postais do Brasil. Me senti um tanto constrangido com a minha negativa. Afinal, estes são lugares que todos deveriam conhecer um dia, principalmente nós, brasileiros. Não à toa, muita gente pisa nas terras verde-e-amarelas afim de conhecê-los. À toa, muitos brasileiros desembarcam pelo mundo sem nunca tê-los visto.
Eis que nesse fim de semana eu estive no Rio e vi que a cidade é bacana mesmo: ruas arborizadas, bairros interessantes, gente bem humorada e assim por diante. O almoço seguido de fim de tarde no Arpuador foi show de bola.
Falando em bola, o jogo do Flamengo no Maraca contra a Ponte decepcionou pela qualidade, mas a tradição do maior do mundo sempre valerá o passeio. Interessante dizer que, mesmo com apenas 18 mil pessoas no estádio, a principal torcida organizada do mengão fez um barulho razoável, já que a cobertura do Maracanã meio que não deixa o som se perder no ar, ao contrário do que acontece no Morumbi. Só pra constar: eu já havia estado no Maracanã um vez, em 2002, na semi-final do Brasileiro. Dez mil corintianos lá. Perdemos de um a zero com gol de Romário e com pênalti perdido pelo pançudo do Guilherme!
Calçadas e areia sujas, a praia de Copacabana foi a única decepção da viagem. Me pareceu decadente. Na segunda-feira de manhã, dia em fomos embora, um português foi morto a facadas lá, por um cara que queria roubar a mochila dele. E pensar que, em Copacabana, eu andei o tempo todo com a minha mochilinha de paulista nas costas.
O saldo foi bem positivo, voltarei quando puder!
Almoçar olhando pra isso... Sou mais um churrasquinho grego na Sé.
Eis que nesse fim de semana eu estive no Rio e vi que a cidade é bacana mesmo: ruas arborizadas, bairros interessantes, gente bem humorada e assim por diante. O almoço seguido de fim de tarde no Arpuador foi show de bola.
Falando em bola, o jogo do Flamengo no Maraca contra a Ponte decepcionou pela qualidade, mas a tradição do maior do mundo sempre valerá o passeio. Interessante dizer que, mesmo com apenas 18 mil pessoas no estádio, a principal torcida organizada do mengão fez um barulho razoável, já que a cobertura do Maracanã meio que não deixa o som se perder no ar, ao contrário do que acontece no Morumbi. Só pra constar: eu já havia estado no Maracanã um vez, em 2002, na semi-final do Brasileiro. Dez mil corintianos lá. Perdemos de um a zero com gol de Romário e com pênalti perdido pelo pançudo do Guilherme!
Calçadas e areia sujas, a praia de Copacabana foi a única decepção da viagem. Me pareceu decadente. Na segunda-feira de manhã, dia em fomos embora, um português foi morto a facadas lá, por um cara que queria roubar a mochila dele. E pensar que, em Copacabana, eu andei o tempo todo com a minha mochilinha de paulista nas costas.
O saldo foi bem positivo, voltarei quando puder!
Almoçar olhando pra isso... Sou mais um churrasquinho grego na Sé.
quarta-feira, agosto 9
A aula de Bush*
O presidente americano George Bush, querendo aumentar sua popularidade, vai a uma escolinha explicar sua plataforma de governo. Pede, então, para que as crianças façam perguntas. O pequeno Bob levanta a mão:
- Presidente, tenho três perguntas:
1. Por que o senhor, mesmo perdendo nas urnas, ganhou a eleição?
2. Por que o senhor atacou o Iraque sem motivos?
3. O senhor não acha que a bomba de Hiroshima foi o maior ataque terrorista da história?
Nesse momento, soa a campainha do recreio, e todos os alunos saem da sala. Na volta, Bush mais uma vez convida as crianças a perguntarem, e Joey levanta a mão:
- Tenho cinco perguntas:
1. Por que o senhor, mesmo perdendo nas urnas, ganhou a eleição?
2. Por que o senhor atacou o Iraque sem motivos?
3. O senhor não acha que a bomba de Hiroshima foi o maior ataque terrorista da história?
4. Por que o sinal do recreio soou 20 minutos mais cedo?
5. Cadê o Bob?
* Fábio Toneli
- Presidente, tenho três perguntas:
1. Por que o senhor, mesmo perdendo nas urnas, ganhou a eleição?
2. Por que o senhor atacou o Iraque sem motivos?
3. O senhor não acha que a bomba de Hiroshima foi o maior ataque terrorista da história?
Nesse momento, soa a campainha do recreio, e todos os alunos saem da sala. Na volta, Bush mais uma vez convida as crianças a perguntarem, e Joey levanta a mão:
- Tenho cinco perguntas:
1. Por que o senhor, mesmo perdendo nas urnas, ganhou a eleição?
2. Por que o senhor atacou o Iraque sem motivos?
3. O senhor não acha que a bomba de Hiroshima foi o maior ataque terrorista da história?
4. Por que o sinal do recreio soou 20 minutos mais cedo?
5. Cadê o Bob?
* Fábio Toneli
sexta-feira, agosto 4
The israeli
É verdade, três textos falando da guerra no Líbano é muita coisa. Se bem que dependendo do que continuar acontecendo por lá outros poderão vir.
Iddo é um israelense que eu conheci em Corumbá, Mato Grosso do Sul, na viagem que fiz em maio pra cobrir o Festival América do Sul. Foram sete dias de convivência e muita coisa aprendida.
- Em Israel os jovens passam três anos no exército, mas recebem uma espécie de salário todo mês. A maioria guarda esse dinheiro e ao término do período viaja por aí - me disse.
Antes de chegar a Corumbá, Iddo já tinha conhecido umas duas ou três cidades da Argentina. Veio pro Pantanal e, antes do Festival, passou uma semana no meio da floresta, na companhia de outras dez pessoas, a maioria gringos, sem energia elétrica, sem repelente, tomando banho de rio, dormindo em redes... Esquema mais roots impossível!
- E esse cabelão? - brinquei certa vez, me referindo ao cabelo cacheado dele, razoavelmente comprido.
- Eu não vou cortar tão cedo porque cabelo curto me lembra o exército.
Em uma outra ocasião falamos sobre o tempo, e ele me disse que não usa relógio porque relógio o remete a regras, e regras lembram o exército.
Esta semana nos encontramos no msn.
- E aí, amigo! Como está?- iniciei a conversa no meu inglês bem razoável.
- Hola, amigo. Eu estou em Cuzco, Peru. Farei uma caminhada de cinco dias chamada "Salkantay" que termina em Machu Pichu. Te mandarei as fotos.
- Pô, legal! E do Peru você vai pra onde?
- Vou pro Equador, Galápagos, depois entro no Amazônia e parto para Manaus e Belém - só pra constar: antes do Peru ele passou pela Bolívia,onde conheceu praticamente todo o país.
Aí, a minha curiosidade jornalística entrou em ação e eu toquei num assunto um tanto delicado.
- Hey, você tem visto a guerra entre Israel e o Hezbollah? - perguntei.
- Ya, not nice.
- Triste, mas isso não importa tanto pra você agora, já que está bem longe do conflito - disse o cabeça de bagre aqui.
- Nem tanto. Eu só espero que ninguem que eu conheça seja ferido. Mas uma pessoa conhecida já morreu em um acidente de helicóptero.
Essa pessoa não era uma tão próxima a ele, embora os dois tivessem estudado juntos na escola. Enquanto isso, eu ficava cada vez mais curioso.
- Sua família e amigos próximos estão perto ou até mesmo lutando na guerra?
- Não, nós estamos no centro do país, não no norte ou no sul.
- Existe a possbilidade de você ser convocado pelo exército quando voltar pra lá?
- Naaaa, eu não acredito, eles têm que me dar "a year off". Apenas me chamariam se houvesse uma guerra muito grande.
E é o que está acontecendo, principalmente para Israel. Há uns dois dias, o exército convocou 15 mil reservistas que se juntarão às tropas no Líbano.
- Eu saberei disso (se será convocado) quando voltar pra casa, em janeiro - disse ele.
- Me desculpe por falar de guerra com você, é que eu sou um curioso de primeira.
- I dont mind.
Iddo ecreveu um livro sobre a viagem pela América do Sul e está terminando um segundo, ambos em hebraico.
São por essas e outras que a gente vê que os verdadeiros filhos da puta numa guerra são aqueles caras que estão lá em cima, comandando, mandando os filhos dos outros pra batalha, e não o povo do país opressor ou até mesmo seus soldados, que muitas vezes não compartilham da causa lutada. O Iddo é um jovem como eu, como você, que ficou confinado durante três anos da juventude no exército e agora só quer saber de viver. E pensar que muitos dos caras que lutam, matam e morrem numa guerra são pessoas como ele...
São só dois os gringos: Lily e Iddo
Iddo é um israelense que eu conheci em Corumbá, Mato Grosso do Sul, na viagem que fiz em maio pra cobrir o Festival América do Sul. Foram sete dias de convivência e muita coisa aprendida.
- Em Israel os jovens passam três anos no exército, mas recebem uma espécie de salário todo mês. A maioria guarda esse dinheiro e ao término do período viaja por aí - me disse.
Antes de chegar a Corumbá, Iddo já tinha conhecido umas duas ou três cidades da Argentina. Veio pro Pantanal e, antes do Festival, passou uma semana no meio da floresta, na companhia de outras dez pessoas, a maioria gringos, sem energia elétrica, sem repelente, tomando banho de rio, dormindo em redes... Esquema mais roots impossível!
- E esse cabelão? - brinquei certa vez, me referindo ao cabelo cacheado dele, razoavelmente comprido.
- Eu não vou cortar tão cedo porque cabelo curto me lembra o exército.
Em uma outra ocasião falamos sobre o tempo, e ele me disse que não usa relógio porque relógio o remete a regras, e regras lembram o exército.
Esta semana nos encontramos no msn.
- E aí, amigo! Como está?- iniciei a conversa no meu inglês bem razoável.
- Hola, amigo. Eu estou em Cuzco, Peru. Farei uma caminhada de cinco dias chamada "Salkantay" que termina em Machu Pichu. Te mandarei as fotos.
- Pô, legal! E do Peru você vai pra onde?
- Vou pro Equador, Galápagos, depois entro no Amazônia e parto para Manaus e Belém - só pra constar: antes do Peru ele passou pela Bolívia,onde conheceu praticamente todo o país.
Aí, a minha curiosidade jornalística entrou em ação e eu toquei num assunto um tanto delicado.
- Hey, você tem visto a guerra entre Israel e o Hezbollah? - perguntei.
- Ya, not nice.
- Triste, mas isso não importa tanto pra você agora, já que está bem longe do conflito - disse o cabeça de bagre aqui.
- Nem tanto. Eu só espero que ninguem que eu conheça seja ferido. Mas uma pessoa conhecida já morreu em um acidente de helicóptero.
Essa pessoa não era uma tão próxima a ele, embora os dois tivessem estudado juntos na escola. Enquanto isso, eu ficava cada vez mais curioso.
- Sua família e amigos próximos estão perto ou até mesmo lutando na guerra?
- Não, nós estamos no centro do país, não no norte ou no sul.
- Existe a possbilidade de você ser convocado pelo exército quando voltar pra lá?
- Naaaa, eu não acredito, eles têm que me dar "a year off". Apenas me chamariam se houvesse uma guerra muito grande.
E é o que está acontecendo, principalmente para Israel. Há uns dois dias, o exército convocou 15 mil reservistas que se juntarão às tropas no Líbano.
- Eu saberei disso (se será convocado) quando voltar pra casa, em janeiro - disse ele.
- Me desculpe por falar de guerra com você, é que eu sou um curioso de primeira.
- I dont mind.
Iddo ecreveu um livro sobre a viagem pela América do Sul e está terminando um segundo, ambos em hebraico.
São por essas e outras que a gente vê que os verdadeiros filhos da puta numa guerra são aqueles caras que estão lá em cima, comandando, mandando os filhos dos outros pra batalha, e não o povo do país opressor ou até mesmo seus soldados, que muitas vezes não compartilham da causa lutada. O Iddo é um jovem como eu, como você, que ficou confinado durante três anos da juventude no exército e agora só quer saber de viver. E pensar que muitos dos caras que lutam, matam e morrem numa guerra são pessoas como ele...
São só dois os gringos: Lily e Iddo
terça-feira, agosto 1
No Líbano...
O site War on Lebanon foi criado por três libaneses atualmente no Catar. Vale a pena conferir as fotos e os pontos de vista expressos.
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