sexta-feira, maio 9

Qual o perfil?

Ninguem mais aguenta ouvir falar do "caso Isabella".
Quer dizer, muita gente aguenta: a polícia estima em mil o número de pessoas que permaneceu em frente ao prédio onde o casal esteve nos últimos dias.
Algumas semanas após o crime, uma van lotada veio de Minas Gerais especialmente para acompanhar o caso, in loco, na frente do prédio em que a menina foi jogada. Ficaram meio que acampados lá.
Antes de ontem, a negada estava na frente da delegacia no momento em que o casal chegava para ser notificado da prisão. Uma anônima, inclusive, deu pra ver na TV, conseguiu acertar de raspela um tapa na cara da Jatobá.
O povo é fanático.
Os jornais deveriam fazer uma matéria com o seguinte foco: qual o perfil desses fanáticos por tragédias, essas pessoas que a gente vê ali, xingando, tentando furar o bloqueio pra dar na cara de quem eles acreditam ser os criminosos, esse povo que vem de van de Minas Gerais só pra dar uma conferida. Quem são esses nego? Em que ramo trabalham? Quantas horas por dia se dedicam ao "caso Isabella"? Qual o livro de cabeceira? Eles preferem o Guilherme de Pádua ou o maníaco do parque? Os biocombustíveis brasileiros são os responsáveis pela alta nos alimentos em todo o mundo? Quem é o responsável pelo vazamento do dossiê sobres os gastos do FHC? Numa noite fria de São Paulo é melhor ficar em casa ou ir pra delegacia do Tucuruvi?
Vou mandar essa pauta pros jornais.


domingo, maio 4

Coro na macaca paraguaia

Estava 2x0 pro Palmeiras quando a raposa do sono me pegou de jeito e me fez dormir até umas 19h. Um pouco antes, umas 18h30, acordei de leve por conta do foguetório e vi que o Parmera havia sido campeão. Tudo bem, acordei cedo e estava com sono, mas uma final entre Palmeiras e Ponte Preta, com os porcos vindo de vitória em Campinas, num domingo com clima propício ao ócio, não é de se estranhar que um não palmeirense se entregasse ao contar de carneirinhos. Agora, fui pego de supresa quando liguei no Terceiro Tempo da Rádio Bandeirantes e vi que o placar tinha sido 5x0. Que coro! O glorioso Neto em algum momento deve ter dito: "A Ponte tá de brincadeira". Se não disse vai dizer, certeza. Que tremendo sparring. Mas a gente tem que ser politicamente correto e não tirar o mérito do Parmera, que fez por onde o campeonato inteiro, tirou a bicharada da reta de maneira espetacular e hoje deu cinco tiros de misericórdia na macaca paraguaia.
Só que vou dizer, porquinhos: se quiserem pegar o Todo Poderoso na Libertadores do ano que vem (já somos campeões da Copa do Brasil), tratem de continuar jogando muito, agora no Brasileirão. Hasta la vista, porquitos!

quinta-feira, abril 24

O ganho da noite

Eram 22h06 quando saí de casa pra correr. Olhei no relógio do computador antes de desligá-lo. Noite agradável, quinta-feira, bares e restaurantes com as mesas praticamente todas ocupadas. Fila começando a querer se formar em frente a balada.
Praticar exercícios no adiantado da noite me faz bem. No dia seguinte, ao contrário do que se possa imaginar, acordo com uma puta disposição boa. Verdade! Além do que estava precisando voltar a correr. Comi muito nestas últimas semanas, não fui tão de leve assim na cerveja, resultado: sensação de peso, acima do comum. Tanto que o desempenho no futebol de terça foi, de longe, o pior nesses seis meses de futebol de terça.
Não devo ter corrido mais do que 20 minutos, o equivalente, talvez, a uns três quilômetros. Fui até o final da rua, voltei, retornei ao final (que pode ser o começo, depende do ponto de vista) e parei. Comecei a andar, já pensando na volta pra casa.
"Pessoal, matéria bacana minha, especial de Londres, na Quem nas bancas hoje. A capa é a Carolina Dieckmann". Esse foi o e-mail que ela mandou ontem, e a primeira coisa que veio à minha cabeça quando virei certa esquina e dei de cara com uma banca de jornal. "Caralho, que massa, será que já chegou nessa banca a Quem com a Carolina Dieckmann na capa?". Jogo pra lá uma Rolling Stone, coloco uma Contigo de lado e eis que puxo a Quem. E sim, que beleza, com a Carolina Dieckmann na capa. "Puta merda!". Abro e vou direto no índice, onde leio que na página 42 a "Quem acompanhou o paparazzo inglês Charlie Pycraft à caça de famosos". É essa a matéria, conforme ela tinha dito há alguns dias. Vou na 42, leio o título e, logo abaixo, Mariana Grebler. Há!!!!!
Começo a ler a matéria ali, deixando de lado o fato de, num dos bairros mais chiques de São Paulo, numa banca que fica em frente a um restaurante frequentado por malas e frescos, estar trajando camiseta azul desbotada, suada da corrida, short da seleção que o Samir esqueceu e tenão fera da Rainha...
Começo a ler e fico preso ao texto, que é daqueles que não te deixam parar de ler porque te instigam a saber o que vem depois, sabe? Frases curtas que se alternam com outras mais longas, vírgulas "no ponto". Tudo muito agradável. Mas ela não havia dito que o texto dela meio que deixava a desejar? Blablablá.
Depois de ter lido a primeira página da matéria, percebo uma movimentação suspeita na banca por parte do cara que trabalha lá. Aquela coisa de "Vai comprar a revista ou não vai? Se não for...". Se não for, vaza.
Vazei, voltei pro aconchego do lar. A noite estava ganha.

sexta-feira, fevereiro 29

É a volta, ora pois!

Caramba, deu até um friozinho ligeiro na barriga quando fui começar a digitar estas mal traçadas. Friozinho daqueles que devem durar menos de um segundo, sabe? Há tanto tempo eu não postava que, na hora de colocar login e senha, precisei de umas quatro tentativas até acertar a combinação.
Pra ser exato, o último texto foi publicado em 5 de março do ano passado, no dia seguinte a uma bela derrota do Todo Poderoso Timão. Mais um pouco e o nosso Segundo Filhote, este jovem rapaz, completaria um ano do mais puro descaso por parte do relapso que nele escreve.
Mas enfim, cá estamos novamente, num momento bastante positivo, que deve ter sido a motivação responsável por me fazer driblar as auto-desculpas que, na hora H, resultavam na minha opção por não escrever. Algumas delas? Tem a tradicional "tô num tremendo bico", que cai bem pra todas as ocasiões. Tem também a não mais convincente "pããããts, será?". Trata-se, na verdade, da boa e velha preguicinha braba, que nada mais é do que uma experiente raposa. Como se não fosse gostoso manter um ritmo de textos postados. Blog vicia. Crie um pra ver.
Pois então, o tal momento positivo tem relação com situações bem bacanas que estão ocorrendo ao me redor atualmente, e outras que logo logo vão acontecer. E aí eu fui vendo que é muito legal ter a sacada de que se está passando por um momento bom e, graças a essa percepção, poder aproveitá-lo ainda mais. Porque a gente costuma dar muito ibope para aqueles períodos não tão favoráveis, e quando o inverso ocorre, o peso dado nem sempre é o mesmo. E essa diferença nem ocorre por mal, pois quando a coisa tá boa tudo vai que vai e você nem para pra pensar.
Tão importante quanto é o fato de estarmos de volta à gloriosa blogosfera, celebrando a nova fase!
É nozes, trufa!