quarta-feira, junho 28
Atrasado
A idéia é escrever sobre Copa do Mundo. Mas, como eu deixei pra falar sobre ela apenas agora, passado quase metade do torneio, os assuntos se acumularam e não daria pra falar sobre todos eles. O jeito é escolher um e escrever, ou tentar resumir tudo o que aconteceu até o momento. Vamos ver o que acontece!
Impressões iniciais
Os dois primeiros jogos do Brasil na Copa foram bem chatos de se assistir. Se foi chato pra nós, brasileiros, imagine pros milhões que pelo mundo acompanharam as partidas. Não que isso tenha muita importância, é só uma curiosidade. Pois bem, voltando, quais serão os motivos que tornaram estes jogos tão sonolentos?
A opinião quase que unânime é a de que o Brasil jogou mal, foi lento e ousou pouco. Concordo, mas acredito que a Croácia e a Austrália foram bem, muito bem, e conseguiram anular o Brasil em boa parte das partidas. Nos salvamos graças aos talentos individuais. Os torcedores brasileiros, mal acostumados como são, dizem que o Brasil jogou mal, e não que os outros times foram bem.
Para que jogos fossem legais de se assistir, no entanto, os dois times teriam que vir pra cima do Brasil, como numa luta franca de boxe. Mas vir pra cima significa abrir espaços, e espaços são tudo o que o jogadores brasileiros mais gostam - eles costumam ser letais quando jogam à vontade. Logo, valeria a pena para Croácia e Austrália virem pra cima, tornando o jogo legal para quem está assistindo do sofá de casa, da mesa do bar ou da redação do jornal, colocando em cheque a suas chances de vitória? Claro que não. O melhor estilo de jogo foi o adotado: aquele jogo truncado, jogado lá atrás, na defesa. Os nossos dois primeiros adversários fizeram isso muito bem e dificultaram bastante os jogos.
Veio o Japão e a história foi diferente: os comandados do galinho precisavam da vitória e vieram pra cima. O Parreira Pé-de-Uva colocou meia dúzia de reservas, que entraram babando mais que os cachorros que o Joãzinho matou de cansaço na volta de um 'passeio' à gloriosa Usina Santa Adelaide, e o jogo foi bem melhor. O Ronaldo, que não havia conseguido marcar nos dois primeiros jogos, finalmente desencantou.
Chegaram as oitavas, e o jogo contra Gana, hoje, foi atípico a ponto de quebrar em tese a minha teoria dos 'espaços no campo', levantada no quarto parágrafo. Gana veio pra cima, jogou na ofensiva, abriu espaços. O Brasil jogou atrás, na defensiva. A situação se inverteu. A minha teoria foi quebrada em partes porque o jogo não se tornou mais bonito de se ver por conta da postura ofensiva de Gana. Ela não foi quebrada por inteira porque os nossos jogadores foram letais diante dos espaços abertos pelos ganenses (ganeses?).
E o Femônimo? Agora fica a dúvida: será que ele vai continuar marcando gols, agora contra adversários bem mais tradicionais? Tomara que sim. Já os nossos lateriais, Cafu e Roberto Carlos, não estão sendo nem sombra daquilo que foram em 2002. O Cafu parece que está mais preocupado com os recordes pessoais, embora tenhamos que reconhecer que também estaríamos caso estivéssemos no lugar dele. No banco de reservas aparece o Cicinho, com olho de tigre, como o Rocky Balboa às vésperas da luta com o Apollo Creed.
O Brasil está vencendo, e isso é o que importa. Pra mim, a Copa do Mundo começou agora.
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