sábado, junho 3

A utopia de X-men 3


Mais do que um puta filme de ação, do que uma épica luta entre o "bem" e o "mal" ou, ainda, do que uma tradicional história de amor, X-men 3 é um filme que faz uma grande analogia quanto à geopolítica atual, no que diz respeito aos conflitos militares e ideológicos entre ocidentais e muçulmanos. A tolerância entre os diferentes povos, sua principal mensagem, soa utópica neste mundo cada vez mais contaminado pela ignorância e pela busca do poder.
De um lado, os homens, os "homo sapiens", os americanos, que fazem o papel dos ocidentais. De outro, os mutantes, os muçulmanos, liderados por Magneto, o Osama Bin Laden. A intolerância dos americanos em relação aos mutantes, os diferentes, e o ideal estadunidense de padronização mundial, um padrão baseado na cultura americana, são tamanhos que o governo americano desenvolve um antídoto capaz de curar os mutantes desta "doença" e transformá-los em homo sapiens. Desta forma, estariam eliminadas as diferenças entre as duas raças.
No mundo real, o antídoto estatudidense nada mais é do que o "American Way of Life", a disseminação mundial da cultura americana, da música americana, do cinema americano (o vazio), do fast-food americano, das roupas americanas, do comportamento americano.
Magneto, que passa a imagem de símbolo da resistência mutante, vê na criação deste antídoto uma forma de barganhar cada vez mais "peões" para o seu exército. Um de seus maiores seguidores não à toa recebeu o nome de "Fanático", um mutante extremamente vigoroso fisicamente, mas dotado de um cérebro pouco pensante. Osama Bin Laden, que passa a imagem de símbolo da resistência muçulmana, vê na imposição do American Way of Life uma forma de barganhar cada vez mais peões para seu exército.
Na verdade, o que querem tanto Magneto e os homo sapiens no filme quanto Osama Bin Laden e os americanos na vida real é impor cada um o seu modo de vida, tomando para si o controle do poder. No filme, o meio termo entre os homo sapiens e os mutantes liderados por Magneto é a escola do Professor Xavier, que trabalha para uma convivência harmônica entre mutantes e homo sapiens. O Professor Xavier, aliás, é mais um herói que morreu (será?) sem ter visto o sonho realizado - uma sacada explícita.
Ingênuos aqueles que, a esta altura do campeonato, ainda não se aperceberam quanto ao ideal estadunidense de padronização, executado por meio do American Way of Life. Inocentes aqueles que pensam que Osama Bin Laden e sua Al Qaeda realmente lutam por um ideal muçulmano.
Falta-nos no mundo uma escola como a do Professor Xavier.

2 comentários:

Anônimo disse...

Alex,

visite www.schvoong.com .Seu comentário será bem recebido.

Abraços.

Onde estah vc MG?

Mari disse...

opa!!! MG, quem é? hehe
A norinha ta por aqui, finalmente com um computador na terra dos que nos dominaram e colonizaram, e navegaram por todo o mundo, mas hoje sao apenas um povo feliz e amigavel, pequeninos como as ruelas da linda Lisboa!!!
Deve ser melhor assim... se a gente nao mexe com ninguem, ninguem faz alusao aos nossos podres em filmes, nem escreve textos fantasticos como o desse jornalista aí, comentando e elaborando ainda mais a discussao!! hehe
AMOR!!! Que saudade de ver filme com voce e ficar horas discutindo!!! O radio do carro quase nao era ligado com a explosao de pensamentos, comentarios e ideias depois de cada filme... e olha que nao foram poucos! Muito mais em 46 dias!!!