segunda-feira, julho 3

Derrotas do cotidiano

São tantas as coisas que eu poderia dizer a respeito da derrota do Brasil na Copa que eu começo a escrever este texto sem saber ao certo por qual delas começar. Poderia, como grande parte dos brasileiros e das mesas redondas, iniciar a famosa "caça às bruxas" e levar à baixo os jogadores supostamente culpados pelo fiasco.
O que eu acredito, porém, é que tudo na existência possui lados positivos, até mesmo aquelas coisas aparentemente terríveis. E lados ruins também, diga-se de passagem. O lado bom da derrota diante da França, futebolisticamente falando, é que ela nos mostrou que existem seleções melhores que a nossa e jogadores melhores que os nossos. Ou vamos continuar adotando o discurso de que seremos os melhores sempre, de que derrotas como a de ontem são meros acasos? O pior é que, mesmo depois da palestra sobre futebol ministrada pela França, muito brasileiro vai continuar achando que ainda ditamos as regras no mundo da bola...
O que deve ser dito é que nós precisamos mudar a mentalidade quando o assunto é futebol. Precisamos desfanatizar os fanáticos (eu sou um deles), ou levar um pouco mais de racionalidade a eles. Eu já ouvir dizer que, na Argentina, o mesmo bumbo que ecoa na Bombonera, estádio do Boca Juniors, casa do fanatismo, também soa na frente da Casa Rosada. Porra, o título do Brasil no mundial não iria aumentar o nosso salário, não iria fazer baixar o preço do bilhete de metrô, não iria diminuir a carga horária de quem trabalha doze horas por dia dirigindo caminhão de cana, não iria despoluir o rio Tietê, não iria prender o Marcos Valério, não iria instalar bloqueadores de celular nas penitenciárias, não iria diminuir o preço da cerveja, não iria educar aqueles que jogam lixo no chão, não iria acabar com as queimadas na Amazônia e nem evitar os congestionamentos das 8h da manhã na 23 de maio.
Seria muito bom ganhar, mas perder não é de todo ruim. Tenhamos certeza disso!









"Robinho, alguma dúvida?",
questionou o palestrante Zizu
após os 90 minutos da apresentação.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa moço.....vc foi rápido heim?????Q maravilha não ter TCC pra fazer né????Nem nenhuma amiga forgada pra te incomodar.....hauhauahua
Ficou muito bom o texto.....mas cadê o a seguir cenas do próximo capítulo???????heheheheeh
Bjokas

Anônimo disse...

"Eu já ouvir dizer que, na Argentina, o mesmo bumbo que ecoa na Bombonera, estádio do Boca Juniors, casa do fanatismo, também soa na frente da Casa Rosada." Agora vc disse tudo - e essa frase é ótima, hein? Resume a diferença do povo brasileiro pra povos com mais cultura e que, por isso mesmo, lutam por seus direitos em vez de deixar que tudo acabe em pizza. Tava com saudade desse lugar aqui! Beijos