Se não tivesse justificado, eu teria votado no presidente reeleito. Já disse em outro post que, na minha opinião, os grandes problemas do país - fome e miséria - só serão resolvidos com medidas de longo prazo. Contudo, se você não der comida pro faminto e renda pro miserável (um é o outro, na verdade), medidas de curto prazo, eles não terão condições de sentar na sala de aula e de alugar a força de trabalho. Por isso eu teria votado no Lula, por ele ter implantado os tão criticados Fome Zero e Bolsa Família: formas mínimas de distribuição da tão concentrada renda brasileira.
Agora que as medidas de curto prazo foram tomadas, que o peixe foi dado, chegou a hora de investir nas soluções de longo prazo: emprego e educação, principalmente. Chegou a hora de ensinar a pescar. É isso que definitivamente vai incluir o excluídos e diminuir o abismo entre os poucos com muito e os muitos com pouco. É isso que eu espero do governo reeleito.
segunda-feira, outubro 30
quinta-feira, outubro 26
Jornalismo
Assim como a Mãe Diná, o Estadão está vendo o futuro. Até aí, tudo bem. O problema é publicar matéria sobre tais visões como se elas fossem fatos. Atentem-se: suposições, visões e premonições são apenas suposições, visões e premonições.
Título de uma das matérias da edição de hoje, 26 de outubro:
"Lorenzetti vai admitir que queria dossiê, mas de graça".
Trechos da matéria:
"Jorge Lorenzetti (...) afirmará aos deputados..."
"A versão seguirá o mesmo roteiro..."
"Lorenzetti dirá aos parlamentares..."
"Segundo afirmará o churrasqueiro..."
Mais um pouco:
"Lorenzetti dirá que ouviu dos emissários que haveria..."
"Lorenzetti dirá ainda que os dois..."
"Lorenzetti afirmará que descartou..."
"Mais uma vez ele dirá..."
"Assim, ele sustentará..."
"Também dirá que..."
Essa é a nova maneira de se fazer jornalismo!
Título de uma das matérias da edição de hoje, 26 de outubro:
"Lorenzetti vai admitir que queria dossiê, mas de graça".
Trechos da matéria:
"Jorge Lorenzetti (...) afirmará aos deputados..."
"A versão seguirá o mesmo roteiro..."
"Lorenzetti dirá aos parlamentares..."
"Segundo afirmará o churrasqueiro..."
Mais um pouco:
"Lorenzetti dirá que ouviu dos emissários que haveria..."
"Lorenzetti dirá ainda que os dois..."
"Lorenzetti afirmará que descartou..."
"Mais uma vez ele dirá..."
"Assim, ele sustentará..."
"Também dirá que..."
Essa é a nova maneira de se fazer jornalismo!
terça-feira, outubro 24
De lá e de cá
Primeiro, petistas chamaram Geraldo Alckmin de Pinochet, o ditador chileno. Diziam que só mesmo um regime ditatorial seria capaz de solucionar tão rapidamente os casos investigados pelas instituições. Agora, tucanos chamam petistas de nazistas. Dizem que a máxima do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, "uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade", vem sendo usada pelos governistas nas críticas às privatizações já realizadas e às que viriam a rechear o mandato alckimista.
quinta-feira, outubro 19
Outra tese, melhor
Sugeri, dois posts abaixo, que o crescente desempenho lulista nas pesquisas deve-se ao aparecimento mais constante do presidente nos debates e entrevistas corridas, ao vivo. Em sua coluna na Folha de hoje, Janio de Freitas levanta uma tese mais pertinente que a minha, a de que o sapão vem sendo beneficiado pelos votos migrantes de Heloísa Helena e dos eleitores esquerdistas de Cristovam Buarque. Ora, "em quem votariam tais eleitores senão em Lula, sendo eles parte do segmento de mais firme consciência política no eleitorado?". O antigo PCB, diz Janio, aderiu à candidatura Alckmin devido à "velha gana anti-Lula e anti-PT (...) Ao que mais seja ainda chamado de esquerda só resta invalidar o voto ou engrossar o índice de Lula".
quarta-feira, outubro 18
O criminoso e a prova do crime
Estação Liberdade do metrô. Alex interrompe sua leitura devido à proximidade da estação Sé e coloca a prova do crime sobre o colo. De canto de olho, o Anônimo sentado no assento ao lado lê os escritos da tal prova. Estupefato, Anônimo ameaça olhar, também de canto de olho, para o rosto do criminoso. Desiste.
"Estação Sé, desembarque pelo lado esquerdo do trem", anuncia o maquinista. Alex levanta, Anônimo também: momento ideal para que o segundo possa olhar no olho e vislumbrar o rosto do criminoso. É o que acontece. As portas se abrem. Alex vai para um lado e o Anômino segue para o anonimato.
A "prova do crime" é a revista CartaCapital. Os "escritos", a manchete de capa (A trama que levou ao segundo turno) e o subtítulo (A partir da trapalhada do PT, a mídia, em especial a Rede Globo, beneficiou o candidato tucano de forma decisiva, às vésperas das eleições presidencias, com a divulgação das fotos do dinheiro e a ocultação de informações cruciais na cobertura do escândalo do dossiê).
"Estação Sé, desembarque pelo lado esquerdo do trem", anuncia o maquinista. Alex levanta, Anônimo também: momento ideal para que o segundo possa olhar no olho e vislumbrar o rosto do criminoso. É o que acontece. As portas se abrem. Alex vai para um lado e o Anômino segue para o anonimato.
A "prova do crime" é a revista CartaCapital. Os "escritos", a manchete de capa (A trama que levou ao segundo turno) e o subtítulo (A partir da trapalhada do PT, a mídia, em especial a Rede Globo, beneficiou o candidato tucano de forma decisiva, às vésperas das eleições presidencias, com a divulgação das fotos do dinheiro e a ocultação de informações cruciais na cobertura do escândalo do dossiê).
Apareça e levarás
Foi só depois do aparecimento mais constante (e não editado) do presidente Lula na mídia que seu desempenho nas pesquisas passou a crescer continuamente, embora, desde o início da corrida eleitoral, ele esteja na frente nas intenções de voto. Assim, seu desafio sempre foi manter o posto. O de Alckmin, bem mais difícil, é tirar votos do sapão e trazê-los para si.
Lula, ao longo dos quase quatro anos de governo, evitou entrevistas coletivas, de estúdio e os dois primeiros debates. A imagem que muitos fizeram dele acabou sendo moldada pelas matérias editadas da grande e facciosa mídia brazuca.
Quando resolveu aparecer num debate ao vivo, de quase três horas, nas entrevistas das principais rádios e no programa Roda Viva, seu indíce nas pesquisas apenas subiu. Subiu na primeira pesquisa pós-debate - o mesmo debate que a grande imprensa atribuiu vitória ao tucano - e subiu na pesquisa Datafolha divulgada hoje. Coincidência?
Lula, ao longo dos quase quatro anos de governo, evitou entrevistas coletivas, de estúdio e os dois primeiros debates. A imagem que muitos fizeram dele acabou sendo moldada pelas matérias editadas da grande e facciosa mídia brazuca.
Quando resolveu aparecer num debate ao vivo, de quase três horas, nas entrevistas das principais rádios e no programa Roda Viva, seu indíce nas pesquisas apenas subiu. Subiu na primeira pesquisa pós-debate - o mesmo debate que a grande imprensa atribuiu vitória ao tucano - e subiu na pesquisa Datafolha divulgada hoje. Coincidência?
quarta-feira, outubro 11
O contraste
No domingo, infelizmente, acabei pegando o debate a partir do terceiro bloco. Ao final, fiquei satisfeito. Conclui que houve um empate técnico, embora, talvez por ser contrário ao PSDB, tenha achado que o Lula levou ligeira vantagem. Penso que o sapo barbudo foi convicente nas réplicas, tréplicas e respostas às duras perguntas do picolé. Achei, contudo, que o petista deu uma bela titubeada quando perguntado sobre as supostas privatizações previstas pelo tucano em seu plano de governo. Também achei que o Alckmin foi bem. Trouxe à tona a questão da corrupção disparando a metranca giratória na direção do até então blindado (não pela mídia) presidente.
Nos dois dias seguintes ao debate, li nos jornais e ouvi no rádio opiniões que contrastavam bastante com a minha. Editorial da Folha, coluna do Clóvis Rossi, comentários da CBN de Arnaldo Jabour, Mirian Leitão e ...... Lúcia Hippólito - como tenho aversão a essa mulher; pra quem não lembra, ela fez parte das "Meninas do Jô", atração já extinta do programa do quibe às quartas-feiras. Mas minha antipatia por ela ocorre por outros motivos. Enfim, todas essas pessoas diziam que o Alckmin foi o dono do debate, que sua postura firme desnorteara o presidente, principalmente nos dois primeiros blocos, justamente aqueles que eu não havia assistido. "Cacete, preciso ver esses blocos de algum jeito", pensava eu. Recorri ao bom e "velho" You Tube, onde achei apenas o primeiro. Nele, novamente vi um equilíbrio grande entre os dois candidatos, com Alckmin mandando ver nas perguntas e Lula se saindo bem nas respostas. Assim, de onde aqueles jornalistas tiraram que o Alckmin foi tão superior ao Lula? O Mino Carta e o Escriba Jorge, no excelente texto "Nas cordas e vencendo", compartilham da minha opinião.
Hoje, a primeira pesquisa pós-debate publicada pela Folha mostrou que o Alckmin caiu e que o Lula subiu, inclusive "entre os eleitores mais escolarizados e de maior renda, justamente os segmentos onde a audiência e o acesso às repercussões do debate foram maiores". Ué, mas o picolé Exterminador não havia dado show no sapo Smeagol?
Pelo jeito, a visão dos (de)formadores de opinião andam contrastando bastante com aquilo que vêem os reles mortais. Como diz o novamente citado Mino, vivemos diante da mídia mais facciosa do mundo.
Ps.: 0 Alckmin diz que, se eleito, vai chamar a responsabilidade pra si e virar o capitão da luta contra o crime. Nesta entrevista ao programa Dateline, da tevê australiana SBS, a responsa não foi chamada.
Nos dois dias seguintes ao debate, li nos jornais e ouvi no rádio opiniões que contrastavam bastante com a minha. Editorial da Folha, coluna do Clóvis Rossi, comentários da CBN de Arnaldo Jabour, Mirian Leitão e ...... Lúcia Hippólito - como tenho aversão a essa mulher; pra quem não lembra, ela fez parte das "Meninas do Jô", atração já extinta do programa do quibe às quartas-feiras. Mas minha antipatia por ela ocorre por outros motivos. Enfim, todas essas pessoas diziam que o Alckmin foi o dono do debate, que sua postura firme desnorteara o presidente, principalmente nos dois primeiros blocos, justamente aqueles que eu não havia assistido. "Cacete, preciso ver esses blocos de algum jeito", pensava eu. Recorri ao bom e "velho" You Tube, onde achei apenas o primeiro. Nele, novamente vi um equilíbrio grande entre os dois candidatos, com Alckmin mandando ver nas perguntas e Lula se saindo bem nas respostas. Assim, de onde aqueles jornalistas tiraram que o Alckmin foi tão superior ao Lula? O Mino Carta e o Escriba Jorge, no excelente texto "Nas cordas e vencendo", compartilham da minha opinião.
Hoje, a primeira pesquisa pós-debate publicada pela Folha mostrou que o Alckmin caiu e que o Lula subiu, inclusive "entre os eleitores mais escolarizados e de maior renda, justamente os segmentos onde a audiência e o acesso às repercussões do debate foram maiores". Ué, mas o picolé Exterminador não havia dado show no sapo Smeagol?
Pelo jeito, a visão dos (de)formadores de opinião andam contrastando bastante com aquilo que vêem os reles mortais. Como diz o novamente citado Mino, vivemos diante da mídia mais facciosa do mundo.
Ps.: 0 Alckmin diz que, se eleito, vai chamar a responsabilidade pra si e virar o capitão da luta contra o crime. Nesta entrevista ao programa Dateline, da tevê australiana SBS, a responsa não foi chamada.
quarta-feira, outubro 4
Intolerância política
Se você milita por algum partido político, é filiado, participa das manifestações, encontros e debates dele, é até entendível que você seja, digamos, intolerante em relação aos partidos e canditados que se opõem à sua agremiação. Entendo, não concordo. Mas se você não tem filiação partidária e fica com a bunda na cadeira o dia inteiro sem fazer nada para melhorar o lugar onde vive, por que você é tão intransigente e extremista em relação às posições políticas contrárias às suas? Use sua energia e faço algo pelo país, ao invés de apenas trabalhar democraticamente de quatro em quatro anos!
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