quarta-feira, outubro 11

O contraste

No domingo, infelizmente, acabei pegando o debate a partir do terceiro bloco. Ao final, fiquei satisfeito. Conclui que houve um empate técnico, embora, talvez por ser contrário ao PSDB, tenha achado que o Lula levou ligeira vantagem. Penso que o sapo barbudo foi convicente nas réplicas, tréplicas e respostas às duras perguntas do picolé. Achei, contudo, que o petista deu uma bela titubeada quando perguntado sobre as supostas privatizações previstas pelo tucano em seu plano de governo. Também achei que o Alckmin foi bem. Trouxe à tona a questão da corrupção disparando a metranca giratória na direção do até então blindado (não pela mídia) presidente.
Nos dois dias seguintes ao debate, li nos jornais e ouvi no rádio opiniões que contrastavam bastante com a minha. Editorial da Folha, coluna do Clóvis Rossi, comentários da CBN de Arnaldo Jabour, Mirian Leitão e ...... Lúcia Hippólito - como tenho aversão a essa mulher; pra quem não lembra, ela fez parte das "Meninas do Jô", atração já extinta do programa do quibe às quartas-feiras. Mas minha antipatia por ela ocorre por outros motivos. Enfim, todas essas pessoas diziam que o Alckmin foi o dono do debate, que sua postura firme desnorteara o presidente, principalmente nos dois primeiros blocos, justamente aqueles que eu não havia assistido. "Cacete, preciso ver esses blocos de algum jeito", pensava eu. Recorri ao bom e "velho" You Tube, onde achei apenas o primeiro. Nele, novamente vi um equilíbrio grande entre os dois candidatos, com Alckmin mandando ver nas perguntas e Lula se saindo bem nas respostas. Assim, de onde aqueles jornalistas tiraram que o Alckmin foi tão superior ao Lula? O Mino Carta e o Escriba Jorge, no excelente texto "Nas cordas e vencendo", compartilham da minha opinião.
Hoje, a primeira pesquisa pós-debate publicada pela Folha mostrou que o Alckmin caiu e que o Lula subiu, inclusive "entre os eleitores mais escolarizados e de maior renda, justamente os segmentos onde a audiência e o acesso às repercussões do debate foram maiores". Ué, mas o picolé Exterminador não havia dado show no sapo Smeagol?
Pelo jeito, a visão dos (de)formadores de opinião andam contrastando bastante com aquilo que vêem os reles mortais. Como diz o novamente citado Mino, vivemos diante da mídia mais facciosa do mundo.

Ps.: 0 Alckmin diz que, se eleito, vai chamar a responsabilidade pra si e virar o capitão da luta contra o crime. Nesta entrevista ao programa Dateline, da tevê australiana SBS, a responsa não foi chamada.

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