Pelo espaços vazios ao redor, pelas avenidas largas e pelo clarão produzido pelo sol forte, deduzo que andávamos por uma das ruas de Brasília, a gloriosa capital federal. Caminhávamos eu e um político que não vi o rosto e que, momentos antes, tornara pública sua posição contrária à permanência do coronel maranhense na presidência do Senado.
O telefone dele toca, ele atende, era o próprio Sarney, berrando todos os tipos de impropérios possíveis. "Você não tem dignidade, como pôde?", "Indigno, indigno!".
Abro o olho, viro pro lado, vejo o despertador: 3h12 da matina. Dou aquela golada na garrafa de água. Será que sonhei ou pesadelei?
sexta-feira, agosto 21
quarta-feira, julho 1
Fargo
Motivado principalmente pela opinião de uma amiga, que considera Fargo o melhor filme dos irmãos Cohen, fui à locadora ontem à noite atrás dele. Fui com a expectativa lá em cima, pois se Fargo é melhor que O Grande Lebowski, O Homem que Não Estava Lá e Onde os Fracos Não Têm Vez, os outros três dos brothers que assisti, e curti pacas, então trataria-se de um puuuuta filme.
Cheguei na locadora e minha expectativa aumentou ainda mais quando perguntei pro carinha se o filme tava disponível. Ele disse que sim, e mandou: "É um dos melhores dos irmãos Cohen...". Puts, mais um me dizendo isso!
Aluguei, assisti e fiquei relativamente frustrado. Não que o filme seja ruim não, gostei, mas pelo que haviam me falado eu me senti meio que um E.T. por não ter achado tuuuuuudo aquilo. Me senti mais E.T. ainda quando fui procurar críticas na internet e vi que, além de diversos elogios fervorosos, Fargo ganhou uma série de prêmios e foi indicado para outros tantos.
Só fui voltar a me sentir terráqueo quando li a crítica de Pablo Villaça, no cinemaemcena.com.br. Ele, assim como eu, criou uma tremenda expectativa em função daquilo que tinha ouvido falar, e acabou se frustrando um pouco. "Ficou aquém do que eu esperava. Tudo bem: em parte a culpa foi minha. Eu sempre evito ler comentários sobre um filme antes de assisti-lo, a fim de não formar idéias preconcebidas, e desta vez acabei não fazendo isso. E como todas as críticas que li sobre Fargo lhe faziam os maiores elogios, acabei criando uma expectativa muito grande. Assim, por comparação com o que eu esperava, o resultado me decepcionou".
Faço minhas as palavras do Pablo!
Semelhanças
Uma coisa que a mim chamou a atenção foram algumas semelhanças entre Fargo e Onde os Fracos Não Têm Vez. Vejamos: as histórias dos dois filmes se passam em pequenas cidades, em dois 'desertões', uma no desertão da fronteira com o México e a outra também em um desertão, só que de neve (dá pra falar isso, deserto de neve? rs...), acredito que lá pro norte dos EUA; ambos têm um personagem que se destaca pela frieza com que mata e pelos modos, digamos, bárbaros com que pratica os homicídios - estes dois personagens, aliás, cometem pelo menos um crime idêntico: estão de carro na estrada, o carro de polícia liga a sirene atrás, eles param no acostamento, o policial vem a eles e, depois de alguma conversa, leva chumbo; os dois filmes terminam com reflexões sobre o ser humano por parte dos oficiais de polícia que investigam os crimes.
Semelhanças à toa? Talvez, né?
Cheguei na locadora e minha expectativa aumentou ainda mais quando perguntei pro carinha se o filme tava disponível. Ele disse que sim, e mandou: "É um dos melhores dos irmãos Cohen...". Puts, mais um me dizendo isso!
Aluguei, assisti e fiquei relativamente frustrado. Não que o filme seja ruim não, gostei, mas pelo que haviam me falado eu me senti meio que um E.T. por não ter achado tuuuuuudo aquilo. Me senti mais E.T. ainda quando fui procurar críticas na internet e vi que, além de diversos elogios fervorosos, Fargo ganhou uma série de prêmios e foi indicado para outros tantos.
Só fui voltar a me sentir terráqueo quando li a crítica de Pablo Villaça, no cinemaemcena.com.br. Ele, assim como eu, criou uma tremenda expectativa em função daquilo que tinha ouvido falar, e acabou se frustrando um pouco. "Ficou aquém do que eu esperava. Tudo bem: em parte a culpa foi minha. Eu sempre evito ler comentários sobre um filme antes de assisti-lo, a fim de não formar idéias preconcebidas, e desta vez acabei não fazendo isso. E como todas as críticas que li sobre Fargo lhe faziam os maiores elogios, acabei criando uma expectativa muito grande. Assim, por comparação com o que eu esperava, o resultado me decepcionou".
Faço minhas as palavras do Pablo!
Semelhanças
Uma coisa que a mim chamou a atenção foram algumas semelhanças entre Fargo e Onde os Fracos Não Têm Vez. Vejamos: as histórias dos dois filmes se passam em pequenas cidades, em dois 'desertões', uma no desertão da fronteira com o México e a outra também em um desertão, só que de neve (dá pra falar isso, deserto de neve? rs...), acredito que lá pro norte dos EUA; ambos têm um personagem que se destaca pela frieza com que mata e pelos modos, digamos, bárbaros com que pratica os homicídios - estes dois personagens, aliás, cometem pelo menos um crime idêntico: estão de carro na estrada, o carro de polícia liga a sirene atrás, eles param no acostamento, o policial vem a eles e, depois de alguma conversa, leva chumbo; os dois filmes terminam com reflexões sobre o ser humano por parte dos oficiais de polícia que investigam os crimes.
Semelhanças à toa? Talvez, né?
quinta-feira, junho 4
Ponte é solução?
Ouço na Rádio Bandeirantes que o governo de São Paulo vai investir R$ 1,3 bilhão em obras na Marginal Tietê, que garantiriam redução de até 35% no trânsito da via. Serão construídos viadutos, pontes e mais três novas faixas. A expectativa é que tudo esteja pronto em outubro de 2010.
Eu me sinto meio que um xiita quando vêm me dizer que a solução pro trânsito está em medidas dessa natureza. Com 800, 900, sei lá, 1000 novos carros por dia nas ruas, até quando vai durar essa redução anunciada?
A construção de pontes e viadutos e a realização de obras similares são medidas paliativas, razoavelmente eficientes a curto prazo, mas ineficazes a médio e longo. É postergar o problema, jogá-lo lá pra frente. Aí, quando a Marginal "recuperar" estes 35% de trânsito, de que vai ter valido o investimento de 1 bilhão?
Na minha visão, o problema do trânsito paulistano é a quantidade de carros circulando, que se continuar nesse ritmo de crescimento, nem dá pra saber pra onde vamos, visto que a cidade já tá mais entupida que o tanque do meu apartamento antigo. Esse R$ 1,3 bilhão, a meu ver, seria melhor empregado na construção de linhas de metrô, tão escassas em São Paulo na comparação com outras metrópoles mundo afora.
Quer apostar comigo que na campanha presidencial o Serra vai dizer que contribuiu para a melhora do trânsito em São Paulo?
Eu me sinto meio que um xiita quando vêm me dizer que a solução pro trânsito está em medidas dessa natureza. Com 800, 900, sei lá, 1000 novos carros por dia nas ruas, até quando vai durar essa redução anunciada?
A construção de pontes e viadutos e a realização de obras similares são medidas paliativas, razoavelmente eficientes a curto prazo, mas ineficazes a médio e longo. É postergar o problema, jogá-lo lá pra frente. Aí, quando a Marginal "recuperar" estes 35% de trânsito, de que vai ter valido o investimento de 1 bilhão?
Na minha visão, o problema do trânsito paulistano é a quantidade de carros circulando, que se continuar nesse ritmo de crescimento, nem dá pra saber pra onde vamos, visto que a cidade já tá mais entupida que o tanque do meu apartamento antigo. Esse R$ 1,3 bilhão, a meu ver, seria melhor empregado na construção de linhas de metrô, tão escassas em São Paulo na comparação com outras metrópoles mundo afora.
Quer apostar comigo que na campanha presidencial o Serra vai dizer que contribuiu para a melhora do trânsito em São Paulo?
segunda-feira, junho 1
Fita Amarela
Quando eu morrer não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
Se existe alma, se há outra encarnação
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão
Não quero flores, nem coroa de espinho
Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho
Estou contente consolado por saber
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer
Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos mas não paguei nada a ninguém
Meus inimigos que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim
Quero que o sol não visite o meu caixão
Para a minha pobre alma não morrer de insolação
Quando eu morrer não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
"Fita Amarela", Noel Rosa, 1932, aqui na versão da Orquestra Imperial.
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
Se existe alma, se há outra encarnação
Eu queria que a mulata sapateasse no meu caixão
Não quero flores, nem coroa de espinho
Só quero choro de flauta, violão e cavaquinho
Estou contente consolado por saber
Que as morenas tão formosas a terra um dia vai comer
Não tenho herdeiros, não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos mas não paguei nada a ninguém
Meus inimigos que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram uma pessoa tão boa assim
Quero que o sol não visite o meu caixão
Para a minha pobre alma não morrer de insolação
Quando eu morrer não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela gravada com o nome dela
"Fita Amarela", Noel Rosa, 1932, aqui na versão da Orquestra Imperial.
sexta-feira, maio 29
quinta-feira, maio 28
Dafra
Reza por aí a lenda de que os donos de motos Dafra estão enrolados, pois as danadas dariam problemas constantemente, as fábricas não teriam peças de reposição, essas coisas. Lenda que só mesmo quem comprou uma pode confirmar. O fato é que tá rolando na internet um video muito engraçado, sensacional, produzido a partir da propaganda da Dafra protagonizada pelo Wagner Moura.
Divirta-se.
Divirta-se.
quarta-feira, maio 27
Será o fim?
A eventual extinção dos jornais impressos é um dos temas mais recorrentes nas faculdades de Jornalismo atualmente. Com o advento da internet, que disponibiliza gratuitamente conteúdos informativos diversos, através inclusive dos sites dos próprios jornais, a migração do leitor para a rede mundial é invevitável, dizem.
Pra mim, essa ficha foi cair realmente durante uma conversa que tive com a amiga de uma amiga. Falávamos sobre acesso à informação, e ela me disse que se informa através da internet, unicamente, deixando subentendido que não paga por algo que pode ter de graça. "Rapaz, não é que os jornais estão ameaçados mesmo?", pensei.
A minha opinião é a de que os veículos impressos não vão acabar, embora venham a sofrer, como já estão sofrendo, fortes abalos em função, também, dessa "migração de mídia". Lembro que quando assinávamos a Folha de SP lá em casa, em 1997, o jornal tinha uma tiragem diária de aproximadamente 500 mil exemplares, chegando a 1 milhão aos domingos. Atualmente, a tiragem de segunda à sexta é de mais ou menos 300 mil e a dominical não chega a 400 mil.
Leio hoje que a Gazeta Mercantil poderá fechar as portas no fim deste mês. Eles acumulam dívidas trabalhistas que chegam a R$ 200 milhões e possuem ainda uma série de outros débitos (veja a matéria completa aqui). A equipe do jornal, cerca de 100 pessoas, está na corda bamba.
Pena...
Pra mim, essa ficha foi cair realmente durante uma conversa que tive com a amiga de uma amiga. Falávamos sobre acesso à informação, e ela me disse que se informa através da internet, unicamente, deixando subentendido que não paga por algo que pode ter de graça. "Rapaz, não é que os jornais estão ameaçados mesmo?", pensei.
A minha opinião é a de que os veículos impressos não vão acabar, embora venham a sofrer, como já estão sofrendo, fortes abalos em função, também, dessa "migração de mídia". Lembro que quando assinávamos a Folha de SP lá em casa, em 1997, o jornal tinha uma tiragem diária de aproximadamente 500 mil exemplares, chegando a 1 milhão aos domingos. Atualmente, a tiragem de segunda à sexta é de mais ou menos 300 mil e a dominical não chega a 400 mil.
Leio hoje que a Gazeta Mercantil poderá fechar as portas no fim deste mês. Eles acumulam dívidas trabalhistas que chegam a R$ 200 milhões e possuem ainda uma série de outros débitos (veja a matéria completa aqui). A equipe do jornal, cerca de 100 pessoas, está na corda bamba.
Pena...
terça-feira, maio 19
Eu já sabia
Seu Francisco Telles veio à minha cabeça enquanto lia matéria sobre a fusão entre Sadia e Perdigão, anunciada ontem.
Em 1993, numa das longínquas aulas de História daquela 5a série, Seu Chico explicou a pimpolhos como este que uma das principais características do sistema Capitalista era a fusão entre mega-empresas (tá vendo, mãe, como eu prestava atenção nas aulas?!).
Pra nós, consumidores, dizia o amado mestre, o reflexo deste tipo de ação é uma possível alta nos preços, consequência da diminuição da concorrência.
Na versão impressa da Folha de SP de hoje, o box "E eu com isso?", relativo à fusão entre as duas gigantes, trouxe a seguinte informação:
"A fusão entre Sadia e Perdigão aumenta a concentração de mercado no setor alimentício, reduzindo a concorrência. Com menos fornecedores disputando a atenção dos consumidores, estes ficam mais suscetíveis a aumentos de preço."
Só tenho uma coisa a dizer: "Eu, já sabiaaaa / Eu, já sabiaaaa".
Viva o Seu Chico!
Em 1993, numa das longínquas aulas de História daquela 5a série, Seu Chico explicou a pimpolhos como este que uma das principais características do sistema Capitalista era a fusão entre mega-empresas (tá vendo, mãe, como eu prestava atenção nas aulas?!).
Pra nós, consumidores, dizia o amado mestre, o reflexo deste tipo de ação é uma possível alta nos preços, consequência da diminuição da concorrência.
Na versão impressa da Folha de SP de hoje, o box "E eu com isso?", relativo à fusão entre as duas gigantes, trouxe a seguinte informação:
"A fusão entre Sadia e Perdigão aumenta a concentração de mercado no setor alimentício, reduzindo a concorrência. Com menos fornecedores disputando a atenção dos consumidores, estes ficam mais suscetíveis a aumentos de preço."
Só tenho uma coisa a dizer: "Eu, já sabiaaaa / Eu, já sabiaaaa".
Viva o Seu Chico!
sexta-feira, maio 15
Superstições e manias da boleirada
Torcedores e profissionais de futebol são supersticiosos e cheios de mania. Na quarta-feira, o cara senta na mesma poltrona que sentou no domingo, quando o time dele goleou o principal rival. Afinal, "deu sorte". A camisa também é a mesma. Falando em camisa, o técnico Tite, nos tempos de Corinthians, ia pros jogos sempre com a mesma camisa preta. Agora, no Inter de Porto Alegre, me parece que ele só usa uma vermelha.
E o Zagallo com o número 13 dele? "Brasil campeão no sei do que" tem 13 letras, "o estádio da final que o Brasil ganhou" fica no quarteirão 13, "Pachequinho fez aquele golaço" porque vestia a camisa 13. E por aí vai.
Mas estas são superstições que não fazem mal a ninguém. Os torcedores de estádio, no entanto, têm algumas manias pra mim irritantes. Uma delas é o repúdio verbal agressivo àqueles que, num lance de perigo, gritam 'gol' antes da bola ter entrado. Sabe quando o lateral cruza aquela bola com açúcar e o atacante cabeceia forte, com endereço, e você inconscientemente acaba soltando um "gol, gol, gol" antes do tempo? Pois é, no estádio você tem que se precaver para não soltar esse "gol" antes da hora. Porque se soltar e a bola não entrar, a galera ao redor vai te xingar horrores. Engraçado que em muitos lances perigosos a bola acaba não entrando, mesmo que ninguém tenha gritado o "gol" antecipado. Não entendo mais nada...
Uma mania também em vigência, pelo menos nos jogos do Corinthians, é o repúdio ao famoso grito "Ei, juiz, vai tomar no c....", proferido por uma parcela da torcida quando o árbitro marca algo que vai de encontro ao anseio da galera. Nesses momentos, os torcedores que se consideram 'corintianos profissionais' se endoidecem, viram para aqueles que entoaram o tal grito e começam: "vamo gritar Corinthians, baraaaalho", "gritar Corinthians, pooooorr".
Nesse caso, em partes, eu até concordo com os 'corintianos profissionais'. Acho que a torcida tem mesmo que gritar Corinthians o tempo todo, cantar para o time e não dar audiência pro juiz. Se for para xingá-lo, que o façam da maneira tradicional, dizendo que a mãe dele é uma mulher da vida, que ele não tem sustentabilidade ética nem idoneidade moral pra marcar aquela falta, ou seja, que é um ladrão, e assim por diante. Xingamentos avulsos. Agora, puxar o "Ei, juiz, vai tomar no c...." é muito de torcedor de numerada. Não dá, sabe também por que? Porque, geralmente, os caras que puxam esse grito não cantam pro time em nenhum momento do jogo. Eles passam partida toda xingando o adversário, muitas vezes os jogadores do próprio Corinthians, e quando resolvem 'cantar' algo, mandam o "Ei, juiz, vai tomar no c....".
Mas tudo bem também, cada um grita o que quiser, não vou eu lá no estádio ficar regulando a manifestação da torcida, como fazem os 'corintianos profissionais'.
Fico com as superstições!
E o Zagallo com o número 13 dele? "Brasil campeão no sei do que" tem 13 letras, "o estádio da final que o Brasil ganhou" fica no quarteirão 13, "Pachequinho fez aquele golaço" porque vestia a camisa 13. E por aí vai.
Mas estas são superstições que não fazem mal a ninguém. Os torcedores de estádio, no entanto, têm algumas manias pra mim irritantes. Uma delas é o repúdio verbal agressivo àqueles que, num lance de perigo, gritam 'gol' antes da bola ter entrado. Sabe quando o lateral cruza aquela bola com açúcar e o atacante cabeceia forte, com endereço, e você inconscientemente acaba soltando um "gol, gol, gol" antes do tempo? Pois é, no estádio você tem que se precaver para não soltar esse "gol" antes da hora. Porque se soltar e a bola não entrar, a galera ao redor vai te xingar horrores. Engraçado que em muitos lances perigosos a bola acaba não entrando, mesmo que ninguém tenha gritado o "gol" antecipado. Não entendo mais nada...
Uma mania também em vigência, pelo menos nos jogos do Corinthians, é o repúdio ao famoso grito "Ei, juiz, vai tomar no c....", proferido por uma parcela da torcida quando o árbitro marca algo que vai de encontro ao anseio da galera. Nesses momentos, os torcedores que se consideram 'corintianos profissionais' se endoidecem, viram para aqueles que entoaram o tal grito e começam: "vamo gritar Corinthians, baraaaalho", "gritar Corinthians, pooooorr".
Nesse caso, em partes, eu até concordo com os 'corintianos profissionais'. Acho que a torcida tem mesmo que gritar Corinthians o tempo todo, cantar para o time e não dar audiência pro juiz. Se for para xingá-lo, que o façam da maneira tradicional, dizendo que a mãe dele é uma mulher da vida, que ele não tem sustentabilidade ética nem idoneidade moral pra marcar aquela falta, ou seja, que é um ladrão, e assim por diante. Xingamentos avulsos. Agora, puxar o "Ei, juiz, vai tomar no c...." é muito de torcedor de numerada. Não dá, sabe também por que? Porque, geralmente, os caras que puxam esse grito não cantam pro time em nenhum momento do jogo. Eles passam partida toda xingando o adversário, muitas vezes os jogadores do próprio Corinthians, e quando resolvem 'cantar' algo, mandam o "Ei, juiz, vai tomar no c....".
Mas tudo bem também, cada um grita o que quiser, não vou eu lá no estádio ficar regulando a manifestação da torcida, como fazem os 'corintianos profissionais'.
Fico com as superstições!
quinta-feira, maio 14
José Arcadio Buendía
"Já quase pulverizado pela profunda decrepitude da morte, Prudencio Aguilar vinha duas vezes por dia conversar com ele. Falavam de galos. Prometiam fazer uma criação de animais magníficos, não tanto para desfrutar umas vitórias que no momento já não lhes fariam falta, mas para ter alguma coisa com que se distrair nos tediosos domingos da morte. Era Prudencio Aguilar quem o limpava, quem lhe dava de comer e quem lhe levava notícias esplêndidas de um desconhecido que se chamava Aureliano e que era coronel de guerra. Quando só, ele se consolava com o sonho dos quartos infinitos. Sonhava que se levantava da cama, abria a porta e passava para outro quarto igual, com a mesma cama de cabeceira de ferro batido, a mesma portrona de vime fundo. Desse quarto passava para outro exatamente igual, cuja porta abria para passar para outro exatamente igual, e em seguida para outro exatamente igual, até o infinito. Gostava de ir de quarto em quarto, como numa galeria de espelhos paralelos, até que Prudencio Aguilar lhe tocava o ombro. Então voltava de quarto em quarto, acordando para trás, percorrendo o caminho inverso, e encontrava Prudencio Aguilar no quarto da realidade. Uma noite, porém, duas semanas depois de o terem levado para a cama, Prudencio Aguilar tocou-lhe o ombro num quarto intermediário, e ele ficou ali para sempre, pensando que era o quarto real. (...) Então entraram no quarto de José Arcadio Buendía, sacudiram-no com toda a força, gritaram-lhe ao ouvido, puseram um espelho diante das fossas nasais, mas não puderam despertá-lo. Pouco depois, quando o caripinteiro tomava as medidas para o ataúde, viram pela janela que estava caindo uma chuvinha de minúsculas flores amarelas. Caíram por toda a noite sobre o povoado, numa tempestade silenciosa, e cobriram os tetos e taparam as portas, e sufocaram os animais que dormiam ao relento. Tantas flores caíram do céu que as ruas amanheceram atapetadas por uma colcha compacta, e eles tiveram que abrir caminho com pás e ancinhos para que o enterro pudesse passar."
Trecho de "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez.
Trecho de "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez.
domingo, maio 10
(Falta de) Ética
Depois de um sem-número de parlamentares ter sido anistiado no caso das passagens aéreas, uma nova anistia desponta no horizonte. O deputado Edmar Moreira, aquele do castelo de R$ 25 milhões no interior das Minas Gerais, está sendo questionado processualmente por usar notas das próprias empresas para justificar os gastos de sua verba indenizatória. Em defesa, ele diz que não havia nenhum tipo de norma que o impedisse de usar a verba com as tais empresas. Também citou o entendimento do presidente da Câmara, Michel Temer, no caso das passagens: não houve irregularidade pois não havia normas. Assim sendo, anistia para todos.
Regra, em ambos os casos, não havia. Ética também não houve. Afinal, não é preciso regra para saber que não é nada ético usar a cota de passagens para financiar viagens de lazer, mundo a fora, de parentes, amigos, namoradas, times de futebol. Do mesmo modo, não me parece ético a um deputado usar a verba indenizatória, dinheiro público, em favor de empresas próprias.
Por fim cito mais um deputado, Sérgio Moraes, relator do processo contra Edmar Moreira: fortemente pressionado pela imprensa por ter sinalizado que pretende arquivar o caso, ele criticou os veículos de comunicação e disse que consegue se reeleger "mesmo depois de tudo que a mídia escreve".
São essas as pessoas que colocamos no poder.
Regra, em ambos os casos, não havia. Ética também não houve. Afinal, não é preciso regra para saber que não é nada ético usar a cota de passagens para financiar viagens de lazer, mundo a fora, de parentes, amigos, namoradas, times de futebol. Do mesmo modo, não me parece ético a um deputado usar a verba indenizatória, dinheiro público, em favor de empresas próprias.
Por fim cito mais um deputado, Sérgio Moraes, relator do processo contra Edmar Moreira: fortemente pressionado pela imprensa por ter sinalizado que pretende arquivar o caso, ele criticou os veículos de comunicação e disse que consegue se reeleger "mesmo depois de tudo que a mídia escreve".
São essas as pessoas que colocamos no poder.
terça-feira, maio 5
terça-feira, abril 28
Bolsas, doença e Caderno
Ontem à noite assistia a uma matéria sobre a gripe suína na Globo News e fiquei com a pulga atrás da oreia quando vi que bolsas em todo o mundo fecharam com índices negativos em função da doença. Com os meus botões pensei: "Má que diabo tem a ver gripe suína com bolsa de valores?"
Hoje de manhã, quando cheguei pra trabalhar, abri meu email e, vejam só, li a seguinte chamada na newsletter do Portal Exame: "Por que a bolsa cai com a gripe suína?". Cliquei e caí no blog de um cara chamado Cláudio Gradilone, jornalista e economista, que em dois posts bem didáticos explicou a relação. Bacana!
Caderno de Saramago
O B-Coolt deu a dica e eu caí no Caderno de Saramago, blog do escritor português José Saramago. Naveguei pela primeira vez lá ontem e já fiz uma varredura nos textos disponíveis, válidos tanto pelo conteúdo (óbvio!) quanto pelo Saramago way of writing.
E que ele não saiba da existência desta expressão! rs
Hoje de manhã, quando cheguei pra trabalhar, abri meu email e, vejam só, li a seguinte chamada na newsletter do Portal Exame: "Por que a bolsa cai com a gripe suína?". Cliquei e caí no blog de um cara chamado Cláudio Gradilone, jornalista e economista, que em dois posts bem didáticos explicou a relação. Bacana!
Caderno de Saramago
O B-Coolt deu a dica e eu caí no Caderno de Saramago, blog do escritor português José Saramago. Naveguei pela primeira vez lá ontem e já fiz uma varredura nos textos disponíveis, válidos tanto pelo conteúdo (óbvio!) quanto pelo Saramago way of writing.
E que ele não saiba da existência desta expressão! rs
sexta-feira, abril 24
Recomendo
Essa semana me diverti assistindo a dois filmes dos irmãos Cohen: "O Grande Lebowski" e "O Homem Que Não Estava Lá".
"O Grande Lebowski" eu já havia assitido uma vez, há uns dois anos, mas na época não curti muito. Não sei, eu não devia estar muito inspirado no dia, não devo ter entendido muito bem a trama, sei lá, e aí ficou aquela sensação de "não fede nem cheira". Mas no fundo eu sabia que o filme era realmente bom e que, na verdade, o problema devia ser comigo. Aluguei pra tirar a prova e não deu outra: curti horrores, ri demais com o Lebowski, um ex-hippie preguiçoso, desempregado convicto, da paz total, que pouco faz além de jogar boliche, fumar maconha e beber cerveja, além de tomar banho de banheira, à luz de velas, ao som do canto das baleias, e com outro personagem engraçadíssimo, o parceirão do Lebowski, Walter, um gordão com óculos fundo de garrafa de lente marrom, ex-combatente do Vietnã, daqueles que pensam que sabem tudo mas que só fazem merda. E como o Walter faz! Ó o naipe da dupla:
"O Homem Que Não Estava Lá", embora com excelentes pitadas de humor, puxa bastante pro mistério, suspense... aquele tipo de filme que te deixa extremamente ansioso por saber o que tem pra acontecer. Uma ansiedade também justificada pela imprevisibilidade das situações, que te surpreendem absurdamente. São situações tão imprevisíveis que, embora possa imaginar, você dificilmente vai acertar o final do filme. Pago uma pipoca se acertar!
"O Grande Lebowski" eu já havia assitido uma vez, há uns dois anos, mas na época não curti muito. Não sei, eu não devia estar muito inspirado no dia, não devo ter entendido muito bem a trama, sei lá, e aí ficou aquela sensação de "não fede nem cheira". Mas no fundo eu sabia que o filme era realmente bom e que, na verdade, o problema devia ser comigo. Aluguei pra tirar a prova e não deu outra: curti horrores, ri demais com o Lebowski, um ex-hippie preguiçoso, desempregado convicto, da paz total, que pouco faz além de jogar boliche, fumar maconha e beber cerveja, além de tomar banho de banheira, à luz de velas, ao som do canto das baleias, e com outro personagem engraçadíssimo, o parceirão do Lebowski, Walter, um gordão com óculos fundo de garrafa de lente marrom, ex-combatente do Vietnã, daqueles que pensam que sabem tudo mas que só fazem merda. E como o Walter faz! Ó o naipe da dupla:
"O Homem Que Não Estava Lá", embora com excelentes pitadas de humor, puxa bastante pro mistério, suspense... aquele tipo de filme que te deixa extremamente ansioso por saber o que tem pra acontecer. Uma ansiedade também justificada pela imprevisibilidade das situações, que te surpreendem absurdamente. São situações tão imprevisíveis que, embora possa imaginar, você dificilmente vai acertar o final do filme. Pago uma pipoca se acertar!
terça-feira, abril 21
Lembranças e atualidades da bola
Jogar futebol e acompanhar o esporte bretão são duas coisas que faço já há algum tempo. Na minha memória de elefante, inclusive, tenho a imagem nítida não vou dizer da primeira vez que joguei bola, mas pelo menos de uma das primeiras. Foi em 1988, eu tinha portanto de cinco pra seis anos. Sei o ano direitinho porque remonta a uma situação de mudança de casa por parte da minha família: nós morávamos numa casa no Tatuapé, pertinho da gloriosa Praça Sílvio Romero, e o dia dessa minha minha lembrança foi o dia em que nos mudamos pra uma outra casa, no mesmo Tatuapé, só que mais perto da Praça do Bom Parto.
A rua para a qual mudamos, pra minha sorte e pra do meu irmão, era cheia de molecada como a gente. Molecada bacana, que brincava horrores o tempo todo na rua e que tem uma parcela de contribuição enorme pro sucesso que foi a nossa infância. Ao lado do meu avô, sócio do Corinthians desde os idos da década de 60, e que nos incentivou bastante a frequentar o clube, esses moleques também têm uma boa parcela de culpa por sermos os corinthianos que somos hoje, pois todos, com apenas duas exceções (um são-paulino e um da Lusa) eram corinthianos roxos que adoravam torcer pro Corinthians naqueles tempos em que o Neto matava a pau.
Mas, voltando, a imagem que eu tenho dessa minha "primeira vez" jogando bola é o caminhão da mudança parado, descarregando as coisas em frente a nossa nova casa, e eu e meu irmão já batendo uma pelota com os novos amigos da rua. Isso logo no primeiro dia, hein... Percebe-se que meus problemas de sociabilidde vêm de longa data...
Também lembro com muita clareza, a gente já morando em Dois Córregos, de como gostávamos não apenas de jogar futebol, mas de acompanhá-lo também. Tivemos o privilégio de assistir por um bom tempo, entre 1993 e 1994, uma mesa redonda na TV Cultura, o Cartão Verde, composta basicamente por Juca Kfouri e José Trajano nos comentários e por Flávio Prado na apresentação do programa - a pessoa do sexo feminino que leu "mesa redonda" até se arrepiou, tamanho é o ódio que as mulheres, em geral, têm por esse formato de programa esportivo. Mas esse Cartão Verde, pela qualidade profissional do trio, era tolerável no mínimo por alguns instantes pelas mulheres.
O Juca Kfouri se tornou meu herói na profissão: adoro ouvir o programa diário dele na CBN, sou frequentador do blog, sempre que posso leio as colunas na Folha. Do Trajano, infelizmente, acompanhei muito pouco desde então. Ele participa de um programa na ESPN Brasil, inclusive ao lado do Juca, mas como eu não tenho ESPN em casa não consigo acompanhar, e confesso que não sei se ele é colunista de jornal, se tem blog, programa em rádio, etc...
O Flávio Prado, puts, esse é uma decepção monstruosa. Na época do Cartão Verde ele era bem discreto nos comentários pelo fato, principalmente, de ter ao lado dois dos mais respeitados comentaristas esportivos do Brasil. Ele se limitava e mediar a participação do Juca e do Trajano e sempre que comentava algo, por ser um cara discreto na época, o fazia com objetividade e precisão. Hoje em dia, no entanto, o Flávio Prado vai de mau a pior. Apresentador do "Mesa Redonda" e comentarista do "Gazeta Esportiva", ele se tornou agressivo nos comentários, prepotente, generalista, inflexível e até desrespeitoso. Dá nojo. A última dele foi aprovar a péssima atuação do zagueiro Domingos, do Santos, um brutamontes desqualificado futebolisticamente que protagonizou uma das cenas mais lamentáveis de 2009 no futebol brasileiro. Flávio Prado o chamou de "genial", pode?, pela malandragem baixa que esse grosso usou no jogo contra o Palmeiras, domingo passado.
Ver o que se tornou esse profissional que eu acompanho desde criança é uma pena. Relembrar da história toda, aí sim, é genial!
A rua para a qual mudamos, pra minha sorte e pra do meu irmão, era cheia de molecada como a gente. Molecada bacana, que brincava horrores o tempo todo na rua e que tem uma parcela de contribuição enorme pro sucesso que foi a nossa infância. Ao lado do meu avô, sócio do Corinthians desde os idos da década de 60, e que nos incentivou bastante a frequentar o clube, esses moleques também têm uma boa parcela de culpa por sermos os corinthianos que somos hoje, pois todos, com apenas duas exceções (um são-paulino e um da Lusa) eram corinthianos roxos que adoravam torcer pro Corinthians naqueles tempos em que o Neto matava a pau.
Mas, voltando, a imagem que eu tenho dessa minha "primeira vez" jogando bola é o caminhão da mudança parado, descarregando as coisas em frente a nossa nova casa, e eu e meu irmão já batendo uma pelota com os novos amigos da rua. Isso logo no primeiro dia, hein... Percebe-se que meus problemas de sociabilidde vêm de longa data...
Também lembro com muita clareza, a gente já morando em Dois Córregos, de como gostávamos não apenas de jogar futebol, mas de acompanhá-lo também. Tivemos o privilégio de assistir por um bom tempo, entre 1993 e 1994, uma mesa redonda na TV Cultura, o Cartão Verde, composta basicamente por Juca Kfouri e José Trajano nos comentários e por Flávio Prado na apresentação do programa - a pessoa do sexo feminino que leu "mesa redonda" até se arrepiou, tamanho é o ódio que as mulheres, em geral, têm por esse formato de programa esportivo. Mas esse Cartão Verde, pela qualidade profissional do trio, era tolerável no mínimo por alguns instantes pelas mulheres.
O Juca Kfouri se tornou meu herói na profissão: adoro ouvir o programa diário dele na CBN, sou frequentador do blog, sempre que posso leio as colunas na Folha. Do Trajano, infelizmente, acompanhei muito pouco desde então. Ele participa de um programa na ESPN Brasil, inclusive ao lado do Juca, mas como eu não tenho ESPN em casa não consigo acompanhar, e confesso que não sei se ele é colunista de jornal, se tem blog, programa em rádio, etc...
O Flávio Prado, puts, esse é uma decepção monstruosa. Na época do Cartão Verde ele era bem discreto nos comentários pelo fato, principalmente, de ter ao lado dois dos mais respeitados comentaristas esportivos do Brasil. Ele se limitava e mediar a participação do Juca e do Trajano e sempre que comentava algo, por ser um cara discreto na época, o fazia com objetividade e precisão. Hoje em dia, no entanto, o Flávio Prado vai de mau a pior. Apresentador do "Mesa Redonda" e comentarista do "Gazeta Esportiva", ele se tornou agressivo nos comentários, prepotente, generalista, inflexível e até desrespeitoso. Dá nojo. A última dele foi aprovar a péssima atuação do zagueiro Domingos, do Santos, um brutamontes desqualificado futebolisticamente que protagonizou uma das cenas mais lamentáveis de 2009 no futebol brasileiro. Flávio Prado o chamou de "genial", pode?, pela malandragem baixa que esse grosso usou no jogo contra o Palmeiras, domingo passado.
Ver o que se tornou esse profissional que eu acompanho desde criança é uma pena. Relembrar da história toda, aí sim, é genial!
quinta-feira, abril 2
Tsunami de La Paz
Em 2007, o Flamengo foi a Potosi, na Bolívia, e fez um jogo heróico contra o time da casa, o Real Potosi, pela Libertadores da América. Jogando há quase quatro mil metros de altitude, o time do Zico não viu a cor da bola no primeiro tempo e começou perdendo por 2x0. Na segunda etapa, mesmo sofrendo com a falta de oxigênio, os cariocas fizeram dois gols e conseguiram segurar o empate até o final.
Após o jogo, a já tradicional polêmica surgida sempre que um time brasileiro vai jogar na altitude entrou em cena, com o presidente do Flamengo chegando a dizer, inclusive, que sob a gestão dele o Mengão nunca mais subiria a montanha para jogar. Depois de muito burburinho e diz que me disse, a Fifa resolveu intervir e proibiu jogos internacionais em cidades localizadas acima 2.500 metros do nível do mar.
Não demorou e os presidentes da Bolívia e da Venezuela, Evo Moralez e Hugo Chavez, que adoram politizar e polemizar, promoveram diversas ações com o objetivo de mostrar que jogar na altitude não fazia mal à saúde. Uma delas foi uma 'pelada' no estádio Hernando Siles, em La Paz, há 3.500 metros, que teve a participação de Morales e de Diego Armando Maradona, amigão de Fidel, guevarista de tatuagem e camarada de Hugo Chavez.
Três anos se passaram, a Fifa voltou atrás na resolução que proibia os jogos nas alturas e Maradona virou técnico da seleção argentina. Ontem, no mesmo Hernando Siles, o dono da 'mano de Dios' comandou os hermanos em uma das maiores sovas da história do futebol argentino: Bolívia 6x1 Argetina.
Depois do jogo, a imprensa brasileira, que também adora politizar, ainda mais quando tem esquerdista sul-americano no meio, atribuiu a derrota unicamente à altitude, como se a Bolívia não tivesse entrado em campo, como se a Argentina tivesse jogado muita bola. Hoje, uma das matérias publicadas no site do Olé, principal jornal esportivo argentino, falou sobre aqueles que eles consideram os responsáveis pela derrota. "Diego, como conductor y como estratega, es el mayor responsable del tsunami de La Paz". O título da matéria: "Diego 40%, altura 20%, jugadores 30% y Bolivia 10%".
Que jogar em cima da montanha favorece o time da casa, acho que ninguem mais dúvida. Me parece óbvio. O que não pode é ficar martelando na idéia de que, sozinha, a altitude ganha jogo - imprensa e jogadores brasileiros adoram colocar a culpa na altitude depois de algum fiasco. Se altitude ganhasse jogo, a Bolívia golearia todas as seleções que vão a La Paz, e o Real Potosi, do mesmo modo, esmagaria os times que se aventuram em Potosi. Definitivamente, essa não é a regra.
Após o jogo, a já tradicional polêmica surgida sempre que um time brasileiro vai jogar na altitude entrou em cena, com o presidente do Flamengo chegando a dizer, inclusive, que sob a gestão dele o Mengão nunca mais subiria a montanha para jogar. Depois de muito burburinho e diz que me disse, a Fifa resolveu intervir e proibiu jogos internacionais em cidades localizadas acima 2.500 metros do nível do mar.
Não demorou e os presidentes da Bolívia e da Venezuela, Evo Moralez e Hugo Chavez, que adoram politizar e polemizar, promoveram diversas ações com o objetivo de mostrar que jogar na altitude não fazia mal à saúde. Uma delas foi uma 'pelada' no estádio Hernando Siles, em La Paz, há 3.500 metros, que teve a participação de Morales e de Diego Armando Maradona, amigão de Fidel, guevarista de tatuagem e camarada de Hugo Chavez.
Três anos se passaram, a Fifa voltou atrás na resolução que proibia os jogos nas alturas e Maradona virou técnico da seleção argentina. Ontem, no mesmo Hernando Siles, o dono da 'mano de Dios' comandou os hermanos em uma das maiores sovas da história do futebol argentino: Bolívia 6x1 Argetina.
Depois do jogo, a imprensa brasileira, que também adora politizar, ainda mais quando tem esquerdista sul-americano no meio, atribuiu a derrota unicamente à altitude, como se a Bolívia não tivesse entrado em campo, como se a Argentina tivesse jogado muita bola. Hoje, uma das matérias publicadas no site do Olé, principal jornal esportivo argentino, falou sobre aqueles que eles consideram os responsáveis pela derrota. "Diego, como conductor y como estratega, es el mayor responsable del tsunami de La Paz". O título da matéria: "Diego 40%, altura 20%, jugadores 30% y Bolivia 10%".
Que jogar em cima da montanha favorece o time da casa, acho que ninguem mais dúvida. Me parece óbvio. O que não pode é ficar martelando na idéia de que, sozinha, a altitude ganha jogo - imprensa e jogadores brasileiros adoram colocar a culpa na altitude depois de algum fiasco. Se altitude ganhasse jogo, a Bolívia golearia todas as seleções que vão a La Paz, e o Real Potosi, do mesmo modo, esmagaria os times que se aventuram em Potosi. Definitivamente, essa não é a regra.
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